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Cuidados evitam doenças típicas do calor, como micose, alergia e intoxicação

Geral

23.02.2012

Hospitais e pronto-socorros não costumam constar nos planos de viagem de ninguém, mas não é difícil encontrar quem traga alguma história de imprevistos com saúde de lembrança das férias de verão. Micoses, alergias e intoxicação alimentar são alguns dos problemas mais comuns nesta época do ano. Confira algumas dicas para deixar essas e outras doenças bem longe da mala:

1 – Ducha no corpo e chinelo no pé: dupla contra micoses e bicho-geográfico

– Estirar-se o dia todo na areia ou na piscina pode ser relaxante, mas não fique muito tempo sem tomar uma boa ducha para prevenir-se contra a famosa micose de praia (a pitiríase versicolor, conhecida também como “pano branco”). “Ela é causada por um fungo e só se desenvolve na pele do corpo se encontrar ambiente favorável, ou seja, oleosidade”, explica a dermatologista Márcia Purceli, do Hospital Israelita Albert Einstein. A doença, que não é contagiosa, se manifesta por meio de manchas brancas ou avermelhadas que aparecem na região superior do tronco e podem chegar até a altura da cintura. O tratamento deve ser feito por um médico.

– No caso das micoses nos pés, como pé de atleta ou frieira, a principal causa é a proliferação de fungos que se alimentam de nossa queratina em ambientes com alta rotatividade, como banheiros, vestiários, hotéis e saunas. “Use sempre um chinelo nesses ambientes, enxugue bem os pés e entre os dedos (se necessário, use um secador de cabelos) e não use meias ou calçados de outras pessoas”, recomenda a dermatologista. Prefira calçados que ofereçam boa ventilação dos pés e lave bem os dedos quando sair da praia ou piscina. Se perceber fissuras entre os dedos, descamação na planta dos pés ou manchas esbranquiçadas, procure um médico.

– Percebeu a presença de muitos cachorros na praia? Tome cuidado com o bicho-geográfico. A doença é causada pela larva migrans, presente nas fezes de cães, e o contato da pele com a areia contaminada pode levar à inflamação que causa os conhecidos desenhos nas plantas dos pés e muita coceira. “Tome conta e recolha as fezes do seu cachorro. Se perceber uma população maior de animais sem dono na praia, tente andar com chinelos ou sandálias”, aconselha Márcia.

Grávidas: atenção em dobro
Em épocas quentes, gestantes costumam sofrer mais com problemas como inchaços nas pernas e pés, aumento de varizes, queda de pressão e infecções no sistema gastrointestinal. Por isso, é importante manter-se hidratada com sucos de frutas e água potável e optar por refeições mais leves, de preferência com alimentos frescos;
Mulheres grávidas já possuem predisposição à hiperpigmentação, principalmente no rosto e abdômen, e as manchas podem piorar com muita exposição solar sem a proteção adequada. Procure manter-se à sombra o máximo possível em praias ou piscinas;
As estrias merecem cuidado especial. Quem desenvolveu o problema precisa ficar atenta para não bronzeá-las, pois dificilmente voltam ao normal após o parto. Use protetores solares próprios para gestantes, se possível com orientação de um dermatologista, e evite exposição excessiva ao sol.
Consultoria: José Domingos Borges, ginecologista do Hospital 9 de Julho, de São Paulo (SP)

2 – Filtro solar, hidratante e atenção evitam manchas

– O ressecamento da pele depois de banhos de piscina ou mar pode causar pitiríase alba, que são manchas esbranquiçadas sem bordas delimitadas. O problema é comum especialmente nas crianças e pode ser combatido com alguns cuidados. “O banho deve ser rápido, sem bucha e com água morna. Depois, abuse dos hidratantes, principalmente nas áreas com as manchas”, aconselha Márcia Purceli.

– Outro tipo de mancha que pode se manifestar com a ação excessiva do sol são os melasmas, que aparecem geralmente no rosto. São resultado da combinação de fatores genéticos, ação hormonal e ação do sol. “Elas não desaparecem totalmente, mas são bem controladas com um bom tratamento dermatológico e com o uso de filtro solar com alto fator de proteção solar (FPS) diário”, explica a dermatologista.

– Vai preparar caipirinha? Cuidado com o suco de limão. Em contato com o sol, pode causar queimaduras, manchas na pele e até bolhas. Para a mancha sumir mais depressa, use filtro solar com alto fator de proteção solar na região afetada e consulte um dermatologista.

3 –Evite alimentos ou substâncias que já tenham causado alergia

– Frutos do mar e amendoim, vedetes da praia, são alguns dos alimentos que mais causam alergias. Mesmo que a pessoa já tenha ingerido a iguaria antes e não tenha sentido nada, pode ter uma reação da próxima vez, conforme comenta o gastroenterologista Jaime Gil, do Hospital Israelita Albert Einstein. “A gente desenvolve a alergia a partir do momento em que entra em contato com alguma substância. Só depois é que o organismo vai desenvolver as defesas contra essa substância, e numa próxima ingestão pode ocorrer a reação alérgica.”

– Paula Volpe, gastroenterologista do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, lembra que a alergia pode ser desencadeada também já na primeira vez em que o alimento é ingerido. Ele recomenda retirar do cardápio os pratos que já causaram alergia. “Ao identificar uma reação que pode se manifestar como vermelhidão, prurido e até dificuldade respiratória, é preciso procurar imediatamente um pronto-socorro, mesmo que a reação seja leve, pois pode evoluir para um quadro mais grave”, alerta. O problema pode causar ainda queda de pressão, inchaço na boca e nos olhos e até mesmo inchaço de glote (área na entrada dos pulmões).

– Quem tem alergia a esmaltes, desodorantes e níquel (presente em brincos e pulseiras) deve evitar essas substâncias, especialmente no sol. “Qualquer processo alérgico piora na presença de radiação ultravioleta”, explica a dermatologista Márcia Purceli. Isso também vale para irritações causadas por picadas de insetos. Se estiver com reação alérgica na pele, evite a exposição solar.

4 – Não consegue ver a cozinha nem a geladeira do lugar? Não coma

– A maionese costuma levar a culpa, mas intoxicações alimentares não são causadas exatamente pelo “que” se come, e sim por “como” o produto foi preparado. A manipulação de alimentos sem higiene ou a má conservação dos ingredientes levam à proliferação de bactérias, que produzem toxinas responsáveis pelo mal-estar. “Pode-se ingerir o alimento com a toxina, e nesse caso o mal-estar se dá em questão de horas, ou a própria bactéria, e daí pode levar dias até o início dos sintomas”, explica Jaime Gil, gastroenterologista do Hospital Israelita Albert Einstein. As altas temperaturas favorecem a proliferação desses organismos.

– Quando for cozinhar, lave bem as mãos para não contaminar alimentos. Evite deixar ingredientes perecíveis fora da geladeira por muito tempo ou retorná-los à refrigeração depois que forem expostos ao calor por um longo período. “O 'vai e volta' da geladeira faz com que a bactéria prolifere de forma rápida”, alerta Jaime. Quando for a algum restaurante, observe a maneira como os produtos são armazenados e cuidados. E evite comer em locais de higiene duvidosa, como barracas de praia.

– “Os sintomas da intoxicação alimentar são variados, entre eles dor abdominal, cólica intestinal, diarréia líquida, vômitos, náuseas e desidratação”, comenta Paula. Procure um médico para avaliar a evolução do quadro e, em caso de desidratação, vá a um pronto-socorro. “Crianças e idosos devem ter cuidado redobrado, pois são mais sensíveis”, lembra Jaime

Fonte: Uol.com.br