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Especialista esclarece as principais dúvidas sobre os alimentos transgênicos

Geral

22.11.2011

 

No Brasil, os transgênicos chegaram na década de 90 e desde então, estão presentes no dia a dia dos brasileiros. Em diversos países, bactérias, leveduras e fungos geneticamente modificados atuam diretamente nos processos de fermentação, preservação e formação de sabor e aromas de muitas bebidas e alimentos como queijos, embutidos, pães, massas, vinhos, sucos, cerveja, entre outros.

Atualmente, estão autorizados no País o cultivo de soja, milho e algodão geneticamente modificados para a produção de alimentos e ingredientes. No entanto, o consumidor ainda possui muitas dúvidas sobre o assunto.

De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), realizada pelo Ipsos em 2010, 74% dos brasileiros nunca ouviram falar em transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGM). O especialista Dr. Walter Colli, médico e bioquímico, ex-presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), esclarece as principais dúvidas e mitos relacionados ao tema.



O que são alimentos transgênicos?



Os alimentos transgênicos são alimentos que foram geneticamente modificados por meio da técnica da transgenia, ou seja, receberam um ou mais genes de outros organismos em seus genomas (conjunto de todos os genes) para apresentar novos benefícios como resistência a pragas, melhor qualidade da matéria-prima e maior produtividade. Existem também diversas pesquisas em andamento para o desenvolvimento de alimentos transgênicos enriquecidos com vitaminas e minerais como soja com ômega 3 e o arroz dourado que recebeu betacaroteno, precursor da vitamina A que começará a ser o cultivado em Bangladesh e nas Filipinas no início de 2013.



Por que os alimentos transgênicos são produzidos? E quais suas vantagens?



A engenharia genética ajuda no desenvolvimento de alimentos mais seguros, saudáveis e nutritivos.  Além de reduzir as perdas na lavoura, criando frutas e hortaliças que demoram a amadurecer ou plantas mais adaptadas às condições adversas do ambiente, a engenharia genética pode incrementar o valor nutricional de um alimento e diminuir a quantidade de substâncias indesejáveis nos alimentos como aquelas que causam alergias.

 

Cientistas de importantes academias de ciência nacionais e internacionais divulgaram um relatório técnico defendendo a adoção de plantas geneticamente modificadas na agricultura como forma de reduzir a fome no planeta e melhorar a qualidade dos alimentos consumidos pela população. Para os cientistas, a biotecnologia é uma das maneiras mais eficazes de combater o problema, não só pelo aumento da produtividade agrícola, como também pela melhora da qualidade dos alimentos.



O consumo deste alimento é seguro?




Todo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo depois de passar por uma série de testes que avaliam a segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal. Diversas entidades internacionais apoiam os transgênicos como a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Academia de Ciências do Vaticano, a Agência de Biotecnologia da Austrália e a Agência de Controle de Alimentos do Canadá. Segundo estudo realizado pela Comissão Europeia, divulgado em 2011, os transgênicos são tão seguros quanto suas variedades convencionais para a saúde e o meio ambiente.



Quais tipos de alimentos geneticamente modificados estão disponíveis no Brasil?



No Brasil, estão autorizados o cultivo de soja, milho e algodão geneticamente modificados, que poderão ser utilizados na produção de alimentos e ingredientes. No mês de setembro deste ano, a CTNBio aprovou o primeiro feijão geneticamente modificado do mundo, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O produto resiste a uma das maiores doenças da cultura do feijão: o mosaico dourado, transmitido pela mosca branca. O feijão transgênico ainda passará por alguns procedimentos técnicos e as sementes deverão chegar aos produtores em três anos.



Como identificar um alimento transgênico?




O direito de informação é assegurado ao consumidor por meio da rotulagem dos alimentos, regulamentada pelo Decreto nº 4680/03. Conforme a legislação, todos os alimentos ou ingredientes alimentícios com presença de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) acima de 1% da composição final do produto deverão apresentar essa informação em seus rótulos, representado por um triângulo amarelo e um “T” no centro. 

Reprodução: Diário de Natal