Em até cinco dias, Luênia Aparecida Soares, a criança de quatro meses que tem hidrocefalia em grau máximo e foi personagem de uma matéria de O Poti/Diário de Natal no último domingo, conseguirá realizar a cirurgia que reduzirá seu sofrimento. Após a Defensoria Pública ter entrado com um processo pedindo que o Estado fizesse o procedimento de forma urgente, o juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública, Airton Pinheiro, deferiu o pedido no final da manhã de ontem, obrigando a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) a realizar a neurocirurgia.

A reportagem publicada por este matutino retrata a situação de Luênia, que tenta uma cirurgia junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) desde que nasceu. A cabeça dela tem 50 centímetros e desenvolveu ao ponto da menina não fechar os olhos nem na hora de dormir. A espera pela neurocirurgia pediátrica é resultado do descredenciamento Hospital Infantil Varela Santiago do serviço de saúde do Estado.

Por falta de verba, o Varela parou de fazer os procedimentos. O secretário de saúde, Domício Arruda, afirma que o Hospital Maria Alice Fernandes (referência no atendimento infantil) realizará as cirurgias quando conseguir contratar neurocirurgiões, o que deve acontecer no próximo mês. Os médicos da área pediram demissão da unidade quando souberam da transferência do serviço para o hospital.

Justiça

De acordo com defensora pública, Fabrícia Gaudencio, foi dada entrada no caso essa semana (a mãe procurou a Defensoria pública semana passada) e a resposta do Judiciário foi rápida. Ela declarou que as demandas de saúde são rotineiras no órgão. Somente nos últimos dias se deparou com cerca de quatro casos de crianças precisando de neurocirurgia. "Entramos em contato com a família para eles tentarem agilizar com a secretaria", ressaltou a defensora. A reportagem tentou contato a mãe de Luênia, Marileide Serafim Soares, que reside em Goianinha, mas não foi possível