NATAL: CIRURGIA INÉDITA É FEITA NO HUOL
Geral
25.08.2010
TRIBUNA DO NORTE – 25-08-2010
Secção: Natal
Por: Carla França
Link: http://tribunadonorte.com.br/noticia/cirurgia-inedita-e-feita-no-huol/157858
Publicado no dia 25/08/10
CIRURGIA INÉDITA É FEITA NO HUOL
Uma cirurgia cardíaca inédita no Rio Grande do Norte foi realizada com sucesso na manhã de ontem (24), no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol). A técnica minimamente invasiva, chamada videotoracoscopia, diminui o tamanho do corte de 25 cm para 5cm, além do tempo de cicatrização e a manipulação do coração.
O procedimento foi realizado pela equipe do Huol, comandada pelo cirurgião cardíaco Hernani Gadelha com o auxílio do também cirurgião Josué de Castro Neto, que já utiliza esse método no Ceará desde 2008.
O paciente operado tem 31 anos e apresentava um defeito no septo interatrial, parede que separa o átrio esquerdo do átrio direito no coração, podendo causar a mistura do sangue venoso com o arterial. A cirurgia, que durou 3h40, corrigiu esse problema.
“O procedimento foi realizado com sucesso. O paciente saiu consciente do centro cirúrgico e foi logo transferido para a UTI, onde permanecerá por mais dois ou três dias e depois deve ser transferido para a enfermaria”, disse o cirurgião Hernani Gadelha.
E é a rápida recuperação do paciente uma das vantagens desse tipo de procedimento. Segundo Josué de Castro Neto, o paciente estará totalmente recuperado em 45 dias. No procedimento tradicional (que faz um corte de 25 cm no paciente, além de ‘quebrar’ o osso externo que divide a caixa torácica) esse tempo é de três meses, em média.
“Na videotoracoscopia o paciente já pode dirigir 15 dias após a cirurgia. Já no procedimento normal, é em dois meses. Além disso, reduz o trauma cirúrgico e o risco de infecção, há uma menor necessidade de transfusão de sangue e menos tempo de permanência no hospital”, disse Josué de Castro Neto.
Indicações
Mas nem todos os portadores de doenças cardíacas podem ser submetidos a videotoracoscopia. Entre as enfermidades que podem ser tratadas com essa técnica estão: as doenças do pericárdio, cardiopatia das válvulas mitral e aórtica, defeito no septo interatrial e alguns tumores cardíacos.
A videotoracoscopia realizada no Huol foi custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os instrumentos mais específicos, como pinças, utilizados na cirurgia, foram levados pelo próprio cirurgião. Mas os equipamentos convencionais como o vídeo, foram do Huol. Não foi informado o custo desse tipo de procedimento.
“Foi importante ter realizado essa técnica no Huol, poderíamos ter escolhido um hospital privado, mas achamos mais interessante fazer no hospital universitário, onde estão sendo formados os nossos futuros cirurgiões”, disse Hernani Gadelha.
E a ideia é que essa parceria entre o Rio Grande do Norte e o Ceará continue para que seja criado um polo especializado em videotoracoscopia no Nordeste. Além desses dois Estados, a Bahia também realiza esse tipo de procedimento.
“Esse tipo de cirurgia minimamente invasiva é uma tendência porque, além de proporcionar menos riscos para o paciente, também pode reduzir os custos dos hospitais, já que os pacientes permanecerão internados por menos tempo”, disse Josué de Castro Neto.