Aconselhamento Génetico em oncologia pode salvar muitas vidas
Geral
22.09.2012
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 27 milhões de novos casos de câncer são esperados no mundo para o ano 2030, 17 milhões de mortes ocorrerão como consequência desta doença e 75 milhões de pessoas vivas estarão já convivendo com o problema. O serviço de oncogenética surge para mapear casos hereditários ou esporádicos de câncer, com o objetivo de se obter diagnóstico precoce e, consequentemente, maiores chances de sucesso no tratamento. Essa técnica da medicina faz uma identificação, análise e caracterização de alterações genéticas associadas à susceptibilidade ao câncer.
No Rio Grande do Norte, o médico Oncologista do Instituto de Onco-Hematologia de Natal -IOHN e do centro de Oncologia e hematologia de Mossoró, Dr. Thiago Rego, é o pioneiro dessa técnica e relata que pacientes com câncer que queiram verificar a possibilidade de recidiva, familiares de pacientes oncológicos que queiram diagnosticar o risco genético para essa doença e pessoas que tenham o hábito de prevenção podem se beneficiar com a oncogenética. "É possível, por meio de testes genéticos de DNA, fazer diagnósticos precoces e com isso mudar o curso da doença", explica e ressalta que conhecer os casos de doenças na família é fundamental para a interpretação precisa de cada situação.
Entre as várias alterações associadas ao início do câncer, podem-se incluir alterações genéticas que desregulam o controle celular. Estas alterações podem ser exclusivas do tecido que dará origem ao câncer ou transmitidas de geração para geração, caracterizando, neste último caso, os tumores hereditários. Algumas características devem chamar a atenção sobre a presença de tumores hereditários. Em geral, o câncer familiar incide em pessoas jovens, às vezes, com menos de 50 anos, o que é raro acontecer nas pessoas sem mutação. Além disso, pode manifestar-se em mais de um membro da familia.
Mulheres com mutações do BRCA1, que está localizado no lócus 17q 21, apresentam 87% de chance de desenvolver carcinoma de mama e 40% a 60% de chance de desenvolver um carcinoma de ovário durante toda a vida, e 65% de chance de desenvolver um segundo carcinoma mamário se viverem até 70 anos. Mulheres com mutação em BRCA2, localizado em 13q12-13, possuem cerca de 85% de chance de desenvolverem um carcinoma de mama durante sua vida. O teste genético para determinação de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 demonstra se a paciente se encontra em risco aumentado para desenvolver câncer de mama.
O oncologista, Thiago Rego, completa que a identificação de indivíduos em risco para câncer hereditário é importante por várias razões. Primeiro, porque indivíduos afetados apresentam risco cumulativo vital muito superior ao da população em geral para vários tipos de câncer. Segundo, porque outros familiares de um indivíduo afetado podem estar em risco para o câncer hereditário (como a maioria dessas doenças genéticas segue herança autossômica dominante, 50% dos irmãos e 50% dos filhos de um afetado podem ser portadores da mesma mutação que está levando ao câncer). Terceiro, porque medidas de rastreamento intensivo (Ressonância magnética, Colonoscopia com magnificação, cápsula endoscópica) e intervenções preventivas (cirurgias profiláticas e quimioprofilaxia) se mostraram eficazes em reduzir significativamente o risco de câncer em portadores de tais mutações.
Na primeira consulta, o paciente responde um questionário, para fazer um levantamento do histórico da saúde dos seus familiares. "Esse momento eu vou saber se na família do paciente teve algum caso de tumores malignos ou benignos", conta Rego e acrescenta que a avaliação oncogenética é essencialmente baseada nas informações da história familiar e da história médica do paciente.
Thiago Rego explica que na consulta é feita uma lista com todos os parentes que tiveram pólipos, fibromas, câncer ou outras doenças e, se possível, ter algum comprovante como, biópsias, relatos cirúrgicos ou médicos também são relevantes. "O objetivo é oferecer mais uma opção de prevenção e tratamento do câncer", comemora Thiago Rego e completa que o serviço de oncogenética, já existe no Brasil, e no Rio Grane do Norte em Natal e Mossoró.
SAIBA MAIS:
Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) projeta para o biênio 2012-2013 o surgimento de 520 mil novos casos de câncer. Este número faz parte da publicação "Estimativa 2012 – Incidência de Câncer no Brasil", realizada a cada dois anos com base nas informações dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), que tem como objetivo avaliar o impacto do câncer em uma determinada população. A publicação traz à tona também sete novas localizações de tumores que se tornaram mais comuns, a saber: bexiga, ovários, tireoide, Sistema Nervoso Central, corpo do útero, laringe e linfoma não Hodgkin. Já entre os tipos de câncer de maior incidência no país estão o de pele não melanoma, próstata, mama e pulmão. Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, aumentou também a ocorrência de alguns tipos de câncer. A previsão é que entre os homens, o câncer de próstata continue sendo o mais comum, seguido pelo de pulmão, cólon e reto, estômago, cavidade oral, laringe e bexiga. Entre as mulheres, o de tireoide aparece pela primeira vez em quinto lugar, atrás do câncer de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto. Em seguida vêm os tumores de pulmão, estômago e ovário.
FONTE:Instituto Nacional do Câncer
CURRÍCULO RESUMIDO
-Estagiário do Hospital Sírio Libanês na área de Oncologia Clínica, São Paulo, 2005.
-Curso "Advanced Molecular Biology" da American Society of Clinical Oncology, 2005
-Estagiário do Hospital do Servidor Estadual na área de Hematologia, São Paulo, 2008.
-Residência Médica pela Clínica Médica do conjunto Hospitalar do Mandaqui, São Paulo, 2006-2009.
-Residência Médica pela Oncologia Clínica do Hospital Amaral Carvalho, São Paulo, 2009- 2012.
-Estágio em Cancerologia Clínica no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo ICESP-FMUSP, 2011.
-Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, 2012.
-Curso "Fundamentals of Clinical Research", em San Diego, Califórnia, 2012.
-Estagiário do Hospital A.C Camargo no departamento de oncogenética, São Paulo 2012.
-Membro da "Academy of Physicians in Clinical Research" com sede em Washington-DC, 2012.
-Membro da American Society of Clinical Oncology, 2012.
-Diretor Geral do Hemocentro de Mossoró – RN, 2012.
Leia mais: http://www.oncologianatal.com/
Fonte: Extra Assessoria de Comunicação