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Servidores protestam contra descaso com Policlínica do bairro

Geral

03.04.2013

O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN) realizou, na manhã de hoje, um ato público em frente à Policlínica Cidade Esperança, que reuniu funcionários e usuários com o objetivo reivindicar a permanência dos atendimentos e melhorias na unidade.

Há vários meses, os funcionários reclamam das condições de trabalho na Policlínica e já realizaram outros protestos. Mas o que culminou essa nova manifestação foi o anúncio da suspensão das gratificações de plantões de alguns funcionários, divulgado em memorando circular no dia 13 de março pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo a circular, a suspensão já constará na folha de pagamento referente ao mês de março, no salário a ser recebido neste mês de abril e muitos funcionários estão preocupados com a redução, que poderá chegar a 50% da remuneração.

De acordo com a diretora geral do Sindsaúde/RN, Simone Dutra, a suspensão das gratificações tende a comprometer o funcionamento da Policlínica Cidade da Esperança. “Muitos funcionários já pediram transferência desta unidade devido à precariedade das condições de trabalho e os que permaneceram aqui, agora terão que lidar com essa mudança repentina. O secretário de saúde [Cipriano Maia] disse que a redução faz parte de um plano de contenção de despesas, mas isso vai afetar não só os funcionários, como também a população que precisa do atendimento. Essa redução será um verdadeiro corte no orçamento dos servidores e, mais cedo ou mais tarde, eles vão querer sair daqui para outras unidades onde recebam a gratificação. Se isso acontecer, a probabilidade de a Policlínica fechar aumentará ainda mais”, explicou Simone Dutra.

A maioria dos funcionários da Policlínica Cidade da Esperança trabalhava no extinto Pronto Socorro da região. Com a desativação, eles foram transferidos para a Policlínica enquanto as obras da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro eram realizadas. No entanto, até hoje a UPA não está em funcionamento e os trabalhadores continuam atendendo no local. O sentimento entre os servidores, durante o ato público era de revolta e decepção com as promessas da nova gestão e muitos afirmaram que sem as gratificações não há como continuar o trabalho.

Para a funcionária Socorro Batista, a decisão da Secretaria de Saúde é de total desrespeito para com a categoria. “O que mais me revolta é a falta de compromisso da Secretaria de Saúde para conosco. O atual secretário esteve aqui, disse que estaríamos assegurados e que, em breve, iríamos para a UPA. Isso nos encheu de expectativas. No entanto, 15 dias depois veio com essa novidade inaceitável. A gente se programa financeiramente em cima do que ganhamos, não temos aumento justo faz tempo e os plantões nos ajudam a complementar a renda. Esse corte não é justo e infelizmente muitos de nós não irá continuar trabalhando aqui diante dessas circunstâncias. Existem outras unidades precisando de funcionários e vamos para lá”, disse Socorro.

Atualmente, esta Policlínica é a única opção para atendimento dos moradores dos bairros de Cidade da Esperança, Cidade Nova e Felipe Camarão. A unidade comporta urgência odontológica, central de esterilização, posto de vacinação, farmácia, o laboratório central da Zona Oeste, e atendimento clínico. No entanto, a estrutura do prédio apresenta problemas estruturais e os usuários sofrem com a falta de médicos e medicamentos.

Mesmo assim, a população teme o fechamento da Unidade, como afirma Davi Santiago, morador do bairro. “Cidade da Esperança está perdendo tudo. Já perdemos o pronto socorro, a UPA não existe e agora corremos o risco de perder a Policlínica. Não podemos aceitar isso, pois nós, usuários, pagamos nossos impostos, mas sofremos com tamanho descaso por parte dos governantes”, disse.
Reprodução: Jornal de Hoje