3201 5491

FALE COM A GENTE

ÁREA DO COOPERADO

Máquina que faz paraplégico andar será testada em junho

Geral

22.05.2013

 

O projeto ambicioso de fazer um paraplégico dar o chute inicial da Copa do Mundo de 2014 está mais perto de concretizar. Em junho, será testado, pela primeira vez em humanos, o aparelho que poderá ser responsável pela façanha: um exoesqueleto (espécie de veste robótica) controlado pelo cérebro. A informação foi dada, ontem, pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, em palestra no Rio.
Nicolelis espera que, no dia 12 de junho de 2014, um brasileiro ou brasileira — jovem, de até 1,70m de altura e até 70kg — levante de uma cadeira de rodas, dê 25 passos (da linha lateral até o centro do gramado) e inicie a competição esportiva, “com o chute da ciência brasileira para toda a humanidade”. 
Conhecido como Andar de Novo, o projeto envolve pesquisas desenvolvidas há mais de dez anos na Universidade de Duke, nos EUA, e no Instituto Internacional de Neurociência de Natal, no Rio Grande do Norte. O investimento é de R$ 33 milhões, por meio da agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). 
A fase de testes começou, há seis meses, e teve resultados positivos com macacos. “Muitas pessoas acham que é impossível, mas as primeiras simulações já foram feitas e, para minha satisfação, funcionaram como planejado”, disse. 
O exoesqueleto faz parte da técnica chamada cérebro-máquina. O aparelho envolve os membros paralisados como se fosse uma veste, e pode ser conectado diretamente ao cérebro do paciente, que o controla como se fosse parte do corpo. Numa pele artificial, placas de circuitos integrados reproduzirão a sensação do ‘tato’ ao usuário do exoesqueleto.
 
Boa notícia à vítima de lesão
 
No início do anúncio, Nicolelis citou Santos Dumont. “O mais absurdo, quase surreal na história brasileira, é que o Santos Dumont fez algo muito raro: ele falou e cumpriu”. O neurocientista acredita que o projeto vai divulgar o novo tipo de neurociência. “Esta é a forma de comunicar para o mundo e para o Brasil que existe uma nova neurociência, que vai transformar a vida de pessoas que quando sofreram lesões medulares pensaram que a vida tinha acabado”.

Fonte: ig.com.br