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23.06.2013

REPORTAGEM DO NOVO JORNAL ACOMPANHA TRABALHA DA EQUIPE DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA METROPOLITANO DURANTE SOCORRO A UMA PACIENTE EM MACAÍBA

DO NOVO JORNAL

“É a nossa vez. Vamos!”, disse Wellington de Souza, 43, após ouvir no rádio a chamada para a Unidade de Suporte Básico (USB) 28. Marcava 17h24 da quinta-feira, 20. Em menos de dois minutos, ele já estava dentro da ambulância assumindo o papel de motorista. Ao seu lado, o experiente técnico de enfermagem José Wilson Gomes, 45, se acomodava já portando uma prancheta onde estavam descritos os dados de dona Rita, a vida a ser salva desta vez. 17h27, pé no acelerador, é iniciada mais uma corrida contra o tempo.

A ação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Metropolitano mais uma vez foi rápida. Todo o trabalho começou minutos antes, na Central de Regulação, localizada no Corpo de Bombeiros, em Lagoa Seca. Lá não há uma ambulância sequer, mas é onde o serviço é pensado estrategicamente.

O atendimento à dona Rita Silva começou por telefone. O filho dela, ao discar para o 192, falou com um dos telefonistas auxiliares da regulação metropolitana. No plantão das 13h às 19h, estão os jovens Jefferson Costa, 29, Thatiane Beatriz Ramos, 20, e Graciela Georgia Silva, 28. O caso de dona Rita, para sorte deles, não era mais uma brincadeira de mau gosto. Em um único turno, eles costumam receber cerca de 200 chamadas, das quais, afirmam, 85% é trote.

Graciela afirma que sua tarde é muito mais estressante pela quantidade de ligações falsas que recebe. Há quatro anos e meio no grupo, ela já perdeu as contas de quantas vezes atendeu o telefone só para ouvir palavrões. “Tem crianças que ligam e pedem para cantar”, complementa Thatiane.

Nos casos reais e graves, eles tentam não se envolver com a aflição do solicitante. “Tem que ficar calmo e manter a pessoa calma para que a gente entenda bem o que está acontecendo”, afirma o estudante de educação física e telefonista auxiliar, Jefferson. No caso de dona Rita, não foi difícil manter a tranqüilidade. O problema dela não era tão sério se comparado aos tantos já ouvidos.

Colhidas as primeiras informações, a linha é transferida para um dos médicos reguladores. Ficam três por turno, separados dos telefonistas apenas por uma parede de vidro. Estes profissionais dividem seus plantões de 12h em dois de 6h, sendo metade na regulação e metade nas ambulâncias. Assim, conhecem bem as necessidades das ocorrências. “A gente consegue identificar quando deve ou não mandar a ambulância. Há casos em que a gente faz apenas a orientação”, explicou Clarissa Maciel, 39 anos, medica do SAMU há sete anos.

Percebida a necessidade de enviar a ambulância, os médicos definem o tipo de viatura. Pode uma Unidade de Suporte Básico ou uma Unidade de Suporte Avançado (USA). Em alguns casos, as duas são necessárias. A diferença entre os dois tipos de viaturas é que a de suporte avançado conta com equipamentos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e sempre têm um socorrista/motorista, um enfermeiro e um médico como tripulantes.

No estado, há seis destas, sendo uma voltada integralmente para o atendimento pediátrico. Já USB, há 23. Outra viatura é a Unidade de Resgate, a única com um desencarcerador. Ainda há outras sete ambulâncias prontas para substituir qualquer outra que tenha algum problema, os veículos 4X4 de intervenção rápida e as motolâncias, ideais para desviar o trânsito e oferecer os primeiros atendimentos aos pacientes.

No caso de dona Rita, foi enviada uma USB. A escolha da viatura 28 dentre as outras do mesmo formato, foi feita pelo rádio operador. Este profissional não tem contato nenhum com o solicitante do serviço, mas é ele quem tem o controle sobre as ambulâncias que já estão em ocorrência ou que estão na oficina. Sua missão é não enviar mais de uma viatura para a mesma ocorrência. Ele pode, no entanto, desviar a viatura de uma ocorrência menos importante para outra mais grave.
Leia mais na edição de hoje do NOVO JORNAL.