Espigas de saúde
Geral
24.06.2013
Quando chega o período junino, o milho ganha ares de celebridade. Ele estampa cartazes, anúncios em jornais e revistas, posts nas redes sociais, vídeos na televisão. Nos arraiás, ele é consumido cozido, assado, em forma de canjica, pamonha, mungunzá, bolo, cuscuz, polenta, curau, dependendo da região. É um sucesso! Mas será que as pessoas realmente sabem o valor nutricional que o grão dourado tem?
O milho é considerado um alimento bem completo, dos mais nutritivos, pois é rico em carboidratos, proteínas, vitaminas A e do complexo B e aminoácidos, além de fibras, presentes em sua casca. Sem falar em seus derivados, como a farinha e o óleo.
Sua importância para a dieta humana vai muito além dos quitutes juninos. Suas propriedades funcionais atuam na prevenção de doenças cardiovasculares e degenerativas, como alguns tipos de câncer. De acordo com a nutricionista Rossana Mello, os carotenóides presentes em sua composição são essenciais também no estímulo do sistema imunológico e agem como antioxidantes.
“As propriedades funcionais do milho são reforçadas também pela presença de fitoquímicos, sendo os mais abundantes o ácido fenólico, o ácido ferúlico e os flavonóides, estando associado à redução dos danos em células neuronais e à redução da lesão pré-cancerosa de câncer de cólon”, comenta a nutricionista.
Até o bagaço do milho é benéfico à nossa saúde. As fibras presentes no grão, resultantes do processamento por meio da moagem, influenciam no perfil das lipoproteínas — conjunto de proteínas e lipídeos que ajudam o transporte da gordura pelo plasma — e nos níveis de colesterol sanguíneo, conhecidos fatores de risco de doenças cardiovasculares, como esclarece a Rossana Mello.
“Esses efeitos têm sido atribuídos pelo importante papel exercido pela fibra na redução do tempo de trânsito intestinal e pelos benefícios na própria flora intestinal, quanto à influência direta no metabolismo de ácidos biliares e na absorção de colesterol, triglicérides e outros lipídeos séricos no intestino”, diz Rossana.
Mas apesar de todas as propriedades nutricionais, o consumo indiscriminado, principalmente do amido de milho, presente em produtos industrializados, com carboidratos refinados em excesso, podem causar acúmulo de gordura, entre outros males.
Para um consumo ideal do milho, a nutricionista Rossana Mello recomenda não exagerar na quantidade, procurar consumi-lo da forma mais natural possível, evitando ao máximo as conservas; e preferir canjicas e pamonhas feitas em casa. “Comendo com moderação, você pode aproveitar as delícias juninas e ainda assim manter a forma. Afinal, sentir-se bem também envolve participação cultural.”
Reprodução: Tribuna do Norte