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Central do RN trabalha no ?limite?

Geral

18.07.2013

A Central de Regulação da Região Metropolitana de Natal, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) admitiu que está funcionando no “limite”. A informação  é da coordenadora da Central de Regulação, Maria da Saudade Azevedo, que admitiu que em virtude da paralisação do atendimento por parte do Hospital Médico-Cirúrgico (HMC), que é da rede privada, mas recebia pacientes do Serviço Unificado de Saúde (SUS),  deixou-se de fazer, inicialmente, 400 cirurgias eletivas, aquelas que não são de urgência e nem de emergência.
Maria da Saudade Azevedo disse que, em média, o SUS encaminha para as redes privadas e públicas de saúde entre 700 e 800 cirurgias ortopédicas. “A gente trabalha no limite”, acrescentou ela, mas quando há  algum imprevisto, como já ocorreu com o atraso do pagamentos pelos serviços prestados por hospitais privados, cria-se um gargalo no atendimento. “A demanda é de pacientes de todo o Estado”, diz a coordenadora, informando que, segundo seus números, existem 237 pacientes cadastrados, à espera de vagas em hospitais públicos e privados para a realização de cirurgias ortopédicas de pequena, média e alta complexidade.
 
A demanda reprimida tem como causa a falta de atendimento do HMC por questões internas da empresa hospitalar que está sem poder tirar certidões negativas de débitos junto ao poder público – “por isso não pode receber recursos do SUS” – e ainda pela falta de insumos para cirurgias de alta complexidade no Hospital Deoclécio Marques Lucena (HDML), em Parnamirim, que continua realizando cirurgias de pequena e média complexidade, assim como a Prontoclínica Paulo Gurgel, em Natal, também realiza operações de media complexidade.
 
Maria da S. Azevedo confirmou, ainda, o que já havia dito o secretário estadual de Saúde Pública, que o Hospital Memorial é o único do Estado que atualmente faz cirurgias de alta complexidade.
 
A enfermeira chefe do HDML, Naedja Nunes, diz que aquela unidade dispõe de 36 leitos de ortopedia, enquanto havia, ontem, 43 pacientes internados na enfermaria em situação de pós-operatório ou pré-operatório. “Ainda temos 20 em macas nos corredores aguardando vaga na enfermaria”, disse ela.
 
Há casos de uma cirurgia demorar até seis meses para ser realizada. Antonio da Costa vem passando por tratamento de saúde desde dezembro de 2009, mas em janeiro deste ano chegou no hospital para fazer uma cirurgia e até agora não o conseguiu. 
 
Jonatas de Lima também esperava por uma cirurgia há 43 dias por falta de vaga. “Não fiz ontem (segunda, 8) porque peguei uma virose, mas a cirurgia foi remarcada para a próxima segunda-feira (15)”, disse.
 
Outro paciente, Edilson Lopes, está há 16 dias com os dois fraturados, um dos quais com fratura exposta, vítima de um acidente de moto em Lajes Pintadas, na região do Trairi, assim como os pacientes acima, que são colegas de enfermaria no Hospital D. Lucena, onde, ontem, só estava sendo feita cirurgia de urgência porque na ortopedia estava faltando anestesista.
Maternidade
Os servidores da Maternidade Divino Amor, em Parnamirim, estão em greve há dois dias pela implementação de um plano de carreira, mas o atendimento de parturientes não foi paralisado. “A qualidade do serviço cai, infelizmente, mas continua o atendimento às pacientes”, disse a diretora técnica da maternidade, Júlia Ferreira Lopes, a qual informa que a maternidade inaugurada em 2008 conta, hoje, com 24 leitos.
Para suprir essa capacidade de internamento, Júlia Lopes disse que trabalham pelo menos três técnicos por cada alojamento com oito pacientes, no turno de 12 horas. 
 
Com a greve, o serviço está garantido em 50%, prioritariamente para a demanda de Parnamirim, sem a necessidade de deslocar pacientes para unidades de saúde em Natal, onde está fechada, por exemplo, a Maternidade Leide Morais, situada na Zona Norte da capital: “Mas quem chega de outros municípios vizinhos já em trabalho de parto não deixa de ser atendida”.
Cardiologistas
A Secretaria Estadual já começou a trabalhar para suprir as cinco vagas abertas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Cardiologia do Hospital Walfredo Gurgel, em virtude do pedido de demissões de cinco dos oito médicos que ali lotados. 
 
Uma das primeiras providências do  secretário estadual de Saúde Público, médico Luiz Roberto Leite Fonseca, foi a de fazer um acordo com uma cardiologista que estava de licença para tratar de interesses particulares, sem ônus financeiro para o Estado, enquanto também está sendo negociado um acordo judicial para a volta de um cardiologista que pediu demissão do cargo público depois de ter passado um ano, praticamente, sem receber salários do serviço público estadual.
O coordenador de Recursos Humanos da Sesap, Carlos Roberto Pinto Lopes, informou que está voltando de licença a médica intensivista Katyane Denise Mendes Bezerra Fonseca, que é lotada no Hospital Ruy Pereira (antigo Itorn) e vai passar a atuar na UTI cardiológica do HWG a partir do começo de agosto.

Fonte: Tribuna do Norte