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Coordenadora do Samu Natal garante retorno do funcionamento das motolâncias até o final do ano

Geral

22.10.2013

Há dois meses, o ex-coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Natal, Rodrigo Azevedo, havia garantido que as motolâncias – motocicleta equipada com remédios e equipamentos médicos – voltariam a funcionar até o dia 22 de outubro. A reportagem d’O Jornal de Hoje esteve no Samu na manhã desta segunda-feira e as sete motolâncias continuam paradas e guardadas em uma oficina que presta serviço de manutenção aos carros e motos da Secretaria de Saúde de Natal. A nova coordenadora do Samu Natal, a enfermeira Renata Moreira Campos, deu um novo prazo e acredita que até o final do ano, as motolâncias voltarão a atuar.

Desde o mês de abril, o serviço de motolância não está funcionando em Natal por falta de técnicos de enfermagem.

As motolâncias, quando estão em funcionando, são responsáveis pelo primeiro atendimento ao paciente. Para um paciente que teve uma parada cardiorrespiratória, por exemplo, o tempo de sobrevida é de até sete minutos e a motolância é primordial para garantir a vida do paciente, com a reanimação, para em seguida acionar a ambulância de suporte avançado. Como são mais rápidas no trânsito, as motolâncias agilizam o socorro às vítimas de acidentes ou de paradas cardíacas, já que as ambulâncias gastam em média de 15 a 20 minutos para chegar ao local de uma ocorrência. Uma motolância consegue chegar a uma ocorrência em, no máximo, seis minutos e conseguiria reduzir consideravelmente o número de complicações em decorrência de diversos agravos, como é o caso de uma parada cardiorrespiratória.

A coordenadora do Samu Natal, Renata Moreira Campos, disse que, exatamente hoje, o Samu Natal está recebendo 50 técnicos de enfermagem do Processo Seletivo, sendo capacitado no Suporte Básico de Vida. Ao todo, foram convocados 143 técnicos de enfermagem para a Rede Municipal de Saúde, dos quais 18 serão locados no Samu Natal. Renata explicou que inicialmente estes profissionais irão passar por uma capacitação para avaliar quais deles têm o perfil para trabalhar nas motolâncias. “Já temos alguns técnicos que já eram e vão voltar para as motolâncias e agora vamos cobrir com essa demanda”, afirmou.

O Samu Natal conta com sete motolâncias, mas como eles andam em duplas, por dia, no máximo, terão três duplas de motolâncias. “Estamos fazendo um dimensionamento para ver quantas duplas poderemos viabilizar até o final de novembro. Pode ser que de início não coloquemos as seis na rua”, disse a coordenadora. Renata Moreira Campos explicou que o profissional da motolância tem um perfil específico.

“A motolância só pode ser tripulada por um técnico em enfermagem ou enfermeiro que tenha, dentre outras atribuições, carteira de habilitação na categoria A e cursos recomendados pelo Ministério da Saúde. Então teremos que viabilizar todas essas coisas para completar o nosso déficit. Esse período deve durar, no mínimo, um mês, pois não vamos colocar nenhum profissional na rua sem capacitação”, explicou a coordenadora do Samu Natal.

Cada motocicleta, depois de equipada, custou ao Ministério da Saúde cerca de R$ 16 mil. Hoje, elas estão paradas. Quando estão em funcionamento, as motolâncias atendem uma média de 20 pacientes por dia, das 7h da manhã às 19h, em um plantão de 12 horas. “O atendimento das motolâncias são importantes, em função do trânsito da nossa cidade, pois o paciente terá o atendimento mais rápido”, afirmou.

Greve

A greve dos servidores municipais também tem comprometido o funcionamento do Samu Natal. Os técnicos de enfermagem aderiram à paralisação. Apesar da recomendação do Ministério Público do RN de 50% dos serviços funcionando, apenas três das nove ambulâncias de suporte básico estão nas ruas. As três ambulâncias de suporte avançado, equipadas com médicos e enfermeiros, estão operando normalmente.

A coordenadora conta que já tentou negociar com o Sindicato e com os servidores para aumentar a demanda da frota de suporte básico, mas não houve acordo. Como forma de garantir o cumprimento de, pelo menos, 50% da frota, a coordenadora se reuniu hoje com o departamento jurídico da Secretaria Municipal de Saúde, para tomar providências cabíveis que garanta o cumprimento. “Quando se trata de vida não deveria existir percentual e a população de Natal não merece ficar desassistida”, destacou Renata Moreira Campos.

Reprodução: Jornal de Hoje