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Servidores da saúde de Natal realizam ato de protesto

Geral

23.10.2013

A crise na saúde pública na capital potiguar parece estar longe do fim. Durante toda a manhã desta terça-feira (22), várias representações de entidades classistas do setor se reuniram em ato contra alguns posicionamentos da Prefeitura de Natal considerados arbitrários pelos servidores da saúde municipal. Estiveram presentes à movimentação os sindicatos dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN), dos Servidores Públicos de Natal (Sinsenat) e dos Agentes de Saúde do Estado (Sindas/RN), que estão em greve desde o último dia 15. As principais reivindicações dos manifestantes são relativas às reposições salariais pendentes, ajustes na lei previdenciária do município e melhorias nas condições de trabalho.

O protesto reuniu cerca de 500 pessoas, que se concentraram na avenida Rio Branco e fizeram passeata até o palácio Felipe Camarão, com o intuito de conseguir uma audiência com o prefeito Carlos Eduardo Alves. Na movimentação, os servidores carregavam faixas, cartazes e faziam barulho com panelas e instrumentos de percussão.

De acordo com a presidente do Sindsaúde, Simone Dutra, há muito tempo não havia um protesto tão bem articulado, organizado e pacífico em Natal. “É muito bonito, observar os trabalhadores lutando por seus direitos da maneira correta. A movimentação precisa ser incisiva, forte, mas ordeira e pacífica. Assim conseguimos mostrar o poder das entidades de classe”, explica.

“Estamos aqui para exigir que haja respeito com os trabalhadores da saúde pública. A proposta apresentada pela Prefeitura de Natal é irrisória. Propor 8% de aumento, quando a inflação atingiu praticamente 15%, segundo o Dieese [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos], é um absurdo, uma falta de cabimento. Não temos reposição salarial desde que foi criado o plano de cargos e salários, em 2010. Outro ponto que estamos contestando é quanto à lei previdenciária do município, que precisa ser revista com urgência. Hoje, quando um servidor se aposenta ou é afastado por motivos de saúde ele só recebe o salário-base, que representa apenas 1/3 dos seus ganhos, praticamente. As gratificações e adicionais são eliminados, isso não pode continuar”, dispara a sindicalista.

Os grevistas pedem um reajuste salarial de 27,08%, equivalente a dois anos de inflação e aumento real, além de uma melhoria urgente nas condições de trabalho. As entidades denunciam que faltam medicamentos e até materiais básicos, como seringas, nos postos de atendimento do município. A Prefeitura do Natal não recebeu as lideranças para a audiência pleiteada. Com isso, a paralisação permanece por tempo indeterminado.

Reprodução: Jornal de Hoje