A Unidade de Pronto Atendimento de Cidade da Esperança, na zona Oeste de Natal, deve abrir as portas para atendimento clínico na próxima segunda-feira. Mesmo com o início das atividades, na segunda, a pediatria na unidade ainda é um gargalo. A Upa começa a funcionar apenas com clínica médica e odontologia (já implantada). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as escalas pediátricas ainda não foram finalizadas, o que adia o atendimento nessa especialidade para o final de janeiro. O mesmo problema passa a UPA de Pajuçara, na zona Norte.
Orçada em R$ 4,2 milhões, a unidade começou a ser construída em 2010, na então gestão Micarla de Sousa, mas somente no último dia 20 de dezembro, começou a atender 24 horas, apenas no setor odontológico. “A Upa já está funcionando com o pronto atendimento odontológico e conta com uma base do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] funcionando lá. Segunda-feira [6] começa o atendimento de clínica médica”, adiantou o secretário municipal de Saúde, Cipriano Maia.

Demora na licitação de serviços, na aquisição de equipamentos e falta de pessoal adiaram o início dos serviços. A data de inauguração da UPA da Esperança já foi adiada por várias vezes. A falta de pessoal foi uma das grandes interferências. E continua sendo, visto que a Prefeitura de Natal não conseguiu atrair médicos suficientes para atuar na unidade. Após o encerramento do processo seletivo simplificado realizado pelo Município no ano passado, apenas 34 médicos se apresentaram. Destes, 19 passaram na seleção e apenas nove assinaram contrato.

Isso explica o fato de a escala pediátrica não está pronta e prejudicar o início do atendimento. Sem um número adequado de profissionais, a pasta está viabilizando primeiro a escala  na UPA do Pajuçara, que não tem pediatria desde 2012. No entanto, Maia garantiu que ainda neste mês a situação na zona Norte será normalizada e que, consequentemente, na zona Oeste as escalas também poderão ser organizadas de modo a viabilizar atendimento pediátrico.

“Esperamos que até o fim do mês estejamos equacionando a atenção pediátrica também na Cidade da Esperança”, declarou. O titular da SMS explica que em Pajuçara são três médicos trabalhando na clínica médica e, na pediatria, o ideal seriam dois profissionais, mas pelo déficit de pessoal a pasta tem dificuldades para organizar as escalas. “É difícil”, destaca Cipriano Maia, “ter três escalas de trabalho na UPA de Pajuçara, da Esperança e ainda no Pronto socorro Sandra Celeste, ao mesmo tempo justamente pelo reduzido quadro de servidores”.

As escalas médicas na UPA da Esperança vão vigorar a partir de segunda-feira via Cooperativa Médica justamente porque não houve a adesão dos profissionais nos chamamentos públicos de contratos temporários feitos no segundo semestre de 2013.

A SMS prevê que a UPA de Cidade da Esperança absorverá 57 médicos entre clínicos, pediatras e ortopedistas. Outros 39 profissionais – assistente social, enfermeiro, farmacêutico, bioquímico e nutricionista – integrarão a equipe multiprofissional, além de 10 técnicos de laboratório e o restante da equipe formada por técnicos de enfermagem. Ao todo, o secretário afirma que são cerca de 200 funcionários.

“A escala inicial será só de clínicos, três por turno, e a parte de pediatria serão cinco médicos por turno”, afirmou Cipriano Maia. No mínimo, a SMS deve fazer a contratação de 48 médicos através das cooperativas para fechar as escalas. A UPA da Esperança é classificada como porte III, possuindo até 20 leitos. Para se ter uma ideia, a de Pajuçara é de porte II, considerada menor. Em funcionamento pleno, a nova unidade funcionará no sistema de atendimento de urgência e emergência, contando com uma demanda de mais de 400 pacientes diariamente.

Novas UPAs

Ainda de acordo com o secretário Cipriano Maia, foram licitadas as obras de mais oito unidades básicas de saúde e duas novas UPAs. “Devemos assinar a ordem de serviço ainda neste mês. Será uma no Planalto, zona Oeste, e outra no Conjunto Santa Catarina, na zona Norte. Esta última deveria ser construída no Parque dos Coqueiros, mas tivemos problemas com o terreno e conseguimos uma área legalizada próxima ao Carrefour da zona Norte”, adiantou o secretário.