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Maria Alves, uma paciente abandonada no Walfredo Gurgel

Geral

07.01.2014

O semblante inerte e triste de Maria Alves Batista, 85 anos, deitada no leito 307 de uma das enfermarias do Hospital Walfredo Gurgel é o emblema da situação pela qual passam os pacientes abandonados – alguns não identificados – no hospital.
No dia 13 de dezembro ela foi deixada na unidade, após ter sofrido um acidente em quebrou o fêmur.  Atendida pela emergência, após a cirurgia a paciente recebeu alta, mas nenhum parente ou amigo apareceu para busca-la.
Desde então, permanece no hospital praticamente sozinha, sob os cuidados de voluntários, médicos  e enfermeiros. De lá não poderá sair até que algum responsável apareça.
Maria Aves não lembra ou prefere não recordar dos fatos anteriores ao acidente. Não sabe onde mora, o estado civil ou se tem filhos. “ É tão bom aqui, eu prefiro ficar aqui”, gosta de dizer aos visitantes.
Afirma que passou um bom Natal ao lado dos enfermeiros que nunca a deixam solitária. “Aqui eu me sinto muito bem”. ” Quero que vocês tenham um feliz ano novo”, desejou à reportagem.
Devido a grave lesão sofrida na perna, Maria dificilmente voltará a andar, o que exigirá cuidados permanentes de outras pessoas.
Ana Maria Martins, assistente social do HWG: "Precisamos de uma retaguarda no hospital para estas situações"Ana Maria Martins, assistente social do HWG: “Precisamos de uma retaguarda no hospital para estas situações”
A assistente social do Hospital Walfredo Gurgel, Ana Maria Martins, conta que esta é uma das graves situações que ocorrem nas unidade.  “Recebemos um número contínuo de pessoas acidentadas que chegam aqui sem documentos e que não têm parentes. O hospital fica responsável por elas até que surja um parente ou amigo para busca-la”.
A situação agrava ainda mais o número de leitos ocupados do hospital  que termina funcionando como uma espécie de albergue para esses pacientes. “Eles ficam lá porque, embora tenham recebido alta, não têm para onde ir”.
O serviço social do hospital pede sempre a ajuda dos meios de comunicação para divulgarem dados dos pacientes para que sejam identificados por familiares e amigos.Há ainda o caso de de pacientes não identificados que morrem no hospital. Os corpos ficam no necrotério durante 60 dias. Terminado o prazo, são enterrados como indigentes sem qualquer identificação.

Fonte: Portal NoAR