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Brasil quer convencer Cuba a ampliar para R$ 2.400 repasse ao Mais Médicos

Geral

20.02.2014

O governo quer convencer Cuba a ampliar de US$ 400 para US$ 1.000 o repasse pago a profissionais do Mais Médicos no Brasil. A medida é considerada pelo Planalto como essencial para tentar reverter críticas que o programa, vitrine de campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, passou a receber nas últimas duas semanas.

Os ataques ressurgiram depois de a cubana Ramona Rodríguez sair do programa, dizendo-se enganada pelo governo Raúl Castro por receber US$ 400 (cerca de R$ 960). Já médicos brasileiros recebem R$ 10 mil, mesmo valor repassado pelo governo Dilma ao convênio firmado com a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).

O aumento do repasse para US$ 1 mil (R$ 2.400) também seria útil para tentar refrear deserções. Na semana passada, houve quatro casos de médicos que ?fugiram? do programa.

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"Qualquer trabalhador que tenha um aumento no salário fica feliz. Não seria diferente com a gente", diz um médico cubano que atua em um posto de saúde da zona norte de São Paulo sobre o novo valor.

Ele afirma que, com o aumento, será possível economizar algum dinheiro para quando voltar a Cuba, ao contrário do que acontece atualmente. ?Como estamos há apenas três meses aqui, ainda não deu para guardar muita coisa.

— Não dá para economizar tanto porque temos despesas pessoais, como internet e telefone.

Na avaliação do planalto, um salário maior para os profissionais poderia ajudar, ainda, a amenizar o descontentamento do Ministério Público do Trabalho. Uma investigação sobre as condições dos médicos recrutados em Cuba está em curso. O procurador Sebastião Caixeta já avisou que deverá apresentar ao Ministério da Saúde, em breve, recomendações sobre a necessidade de se alterar a relação trabalhista.

Dos 9.000 médicos que atuam no programa, 7.500 são cubanos. O aumento do salário desses profissionais importados de Havana começou a ser discutido na Casa Civil, há duas semanas, em reunião com a presença dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Saúde, Arthur Chioro. Questionado sobre o assunto, Chioro afirmou estar sensível?ao problema

Fonte: R7