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Sistema imunológico afeta evolução de bactérias do intestino

Geral

29.12.2015

Imunidade e bactérias do bem

Nossa saúde depende fortemente da diversidade de bactérias que habitam nosso intestino e da forma como o sistema imunológico tolera essa diversidade ou responde às bactérias patogênicas de forma a prevenir doenças.

Pesquisadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (Portugal) descobriram agora que, quando o sistema imune é comprometido, a composição de bactérias do intestino muda, e o ritmo e a previsibilidade do processo de adaptação dessas bactérias são afetados.

Isto sugere que o tratamento de patologias intestinais que resultam de um sistema imunitário deficiente, tais como a doença inflamatória intestinal, pode requerer terapias baseadas em medicina personalizada que levem em conta a composição individual das bactérias intestinais.

Conexão entre sistema imune e evolução das bactérias

Isabel Gordo e Jocelyne Demengeot conseguiram demonstrar pela primeira vez que o sistema imunológico influencia a evolução das bactérias do intestino.

Além de o intestino ser um ambiente altamente complexo, as bactérias lá residentes precisam se adaptar e evoluir para lidar com os diferentes estímulos, incluindo a dieta diversificada que ingerimos todos os dias.

Isto dá origem a uma diversidade cada vez maior de bactérias, que precisam ser controladas pelo nosso mecanismo de vigilância, o sistema imunológico, de modo a evitar doenças.

Já se sabia que surgem patologias quando o sistema imunitário falha e há disrupção na comunidade de bactérias do intestino. Mas uma ligação direta ou indireta entre o sistema imunitário e a evolução de bactérias ainda não tinha sido provada.

Medicina personalizada

"O nosso trabalho mostra que é possível prever a evolução das bactérias comensais em organismos saudáveis, mas o mesmo não acontece em organismos com problemas no seu sistema imunológico.

"Assim, o uso de terapias generalistas para tratar pessoas que sofrem de patologias intestinais resultantes de um sistema imunitário deficiente, como é o caso da doença inflamatória do intestino, pode não ser a melhor abordagem. Em vez disso, devem ser consideradas terapias baseadas em medicina personalizada, que tenham em conta a composição de bactérias do intestino de cada pessoa," recomendou a pesquisadora Isabel Gordo.

Fonte: Diario da saúde