Bactéria da pele protege contra doenças dermatológicas
Geral
23.12.2016
Bactérias protetoras da pele
Há cada vez mais exemplos de como podemos nos beneficiar das bactérias com quem compartilhamos nossos corpos – por exemplo, as bactérias do nosso intestino parecem formar um "segundo cérebro".
O pesquisador Rolf Lood, da Universidade de Lund (Suécia), mostrou agora que isso é verdadeiro também para a pele.
Ele demonstrou que as bactérias mais comuns na pele humana secretam uma proteína que nos protege das espécies reativas de oxigênio – mais conhecidos como radicais livres – que parecem contribuir para várias doenças da pele.
A proteína tem um efeito sobre as espécies de oxigênio tão forte quanto antioxidantes conhecidos, como a vitamina C e a vitamina E.
Bactéria da acne
A bactéria da pele em questão é a Propionibacterium acnes.
"O nome se origina do fato de que a bactéria foi descoberta em um paciente com acne grave, mas se ela causa acne é algo ainda não comprovado – ela pode estar presente apenas porque é tão comum," disse Rolf Lood.
A novidade é que essa "bactéria da acne" secreta uma proteína chamada RoxP, que protege contra o estresse oxidativo, uma condição na qual espécies de oxigênio reativo danificam as células – uma causa comum de estresse oxidativo na pele é a radiação ultravioleta do Sol.
"Esta proteína é importante para a sobrevivência da própria bactéria em nossa pele. A bactéria melhora seu ambiente de vida ao secretar RoxP, mas ao fazê-lo também nos beneficia," explica o pesquisador.
Tratamento bacteriano
Como a Propionibacterium acnes é tão comum, ela está presente tanto em indivíduos saudáveis como nas pessoas com doenças da pele. De acordo com o pesquisador, no entanto, as pessoas têm diferentes quantidades da bactéria em sua pele, e as bactérias de cada pessoa também podem produzir mais ou menos quantidade da proteína protetora RoxP.
Agora ele pretende analisar o papel específico da proteína e confirmar sua atuação contra condições específicas da pele.
"Se os resultados do estudo forem positivos, eles podem levar à inclusão da RoxP em protetores solares e ao seu uso no tratamento da psoríase e da dermatite atópica," prevê Lood.
Os resultados foram publicados na Nature Scientific Reports.
Fonte: Diario da saúde