Calvície tem cura? Pesquisadores descobrem vilões da queda de cabelo
Geral
07.03.2017
Os resultados podem ajudar a apontar subgrupos da população para os quais a chance de calvície é mais alta
Um estudo genético da calvície identificou quase 300 regiões do DNA envolvidas com essa condição comum, mas que costuma incomodar bastante. As variantes poderiam ser usadas para predizer a chance de uma pessoa sofrer de perda severa de cabelo. O artigo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Edimburgo, foi publicado na revista Plos Genetics.
Antes desse trabalho, poucos genes relacionados à calvície haviam sido identificados. Agora, os pesquisadores de Edimburgo examinaram dados genômicos de saúde de 52 mil homens, participantes do UK Biobank, um amplo banco de informações sobre o DNA da calvície. Os cientistas identificaram 287 regiões associadas à condição. Em seguida, eles criaram uma fórmula para tentar predizer o risco de uma pessoa perder os cabelos, baseada na presença ou na ausência de alguns marcadores genéticos. Os resultados, de acordo com o artigo, ainda não se aplicam a riscos individuais, mas podem ajudar a apontar subgrupos da população para os quais a chance de calvície é mais alta.
Essa é a maior análise genética dos padrões masculinos da calvície e muitos dos genes identificados se relacionam à estrutura e ao desenvolvimento capilar. As variantes poderiam fornecer possíveis alvos para a pesquisa de drogas que tratem a perda de cabelo ou condições associadas. “Encontramos centenas de novas sinalizações genéticas. Foi interessante descobrir que muitas delas, no caso da calvície masculina, vêm do cromossomo X, que os homens herdam de suas mães”, observa Saskia Hagenaars, estudante de PhD do Centro de Envelhecimento Cognitivo e de Epidemiologia Cognitiva da Universidade de Edimburgo.
“Nesse estudo, os dados coletados referem-se ao padrão de perda de cabelo, mas não falam nada sobre a idade em que isso acontece. Podemos esperar encontrar uma relação genética muito mais forte se conseguirmos identificar aqueles com calvície precoce”, acredita David Hill, coautor do trabalho. Segundo o principal investigador, Riccardo Marioni, ainda se está longe de traçar o risco de um indivíduo perder os cabelos. “Mas esses resultados nos colocam mais próximos disso. Eles abrem caminho para uma compreensão melhor das causas genéticas da calvície.”