Apesar de recursos garantidos, reforma da Maternidade Leide Morais não tem previsão para ser iniciada
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31.12.2012
Data: 31 dezembro 2012 – Hora: 13:51 – Por: Portal JH
A Maternidade Leide Morais, conhecido como o Hospital Municipal da Mulher, sofre, desde a sua inauguração, com diversos problemas de estrutura física que vão desde infiltração a paredes cheias de mofo. No último dia 21, surgiu um sinal de esperança para a única maternidade municipal da zona Norte de Natal, que atende parto de baixa complexidade. O prefeito de Natal, Ney Júnior assinou contrato para reforma da Maternidade Leide Morais, com recursos na ordem de R$ 250 mil oriundos do programa federal Rede Cegonha. No entanto, apesar de o convênio assinado, os recursos assegurados, não há previsão para o início das obras.
A diretora da Maternidade Leide Morais, Anailde da Silva Neto reconhece a necessidade da reforma e conta que inúmeras vezes apresentou o pleito a Secretaria Municipal de Saúde, uma vez que os profissionais reclamam diariamente das condições precárias de trabalho. Ela comemora a assinatura do convênio, mas disse que não há previsão de quando as obras serão iniciadas, já que a partir de janeiro muda a gestão municipal.
“As obras são mais que necessárias, são urgentes. É um ambiente de saúde e de cuidado extremo, pois lidamos com recém-nascidos diariamente que requer um cuidado especial. Hoje a estrutura é precária em diversos pontos e essa reforma já devia ter saído há tempos. Mas agora temos que olhar para frente e torcer que essa reforma saia do papel o quanto antes. Essa é a nossa torcida, desejo e vontade. Temos a esperança de que o próximo gestor dará prioridade para essa reforma”, afirmou a diretora.
A Maternidade foi inaugurada em 2008 pelo então prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves e reinaugurado um ano depois pela prefeita de Natal, Micarla de Sousa, que apenas acrescentou ao nome da maternidade, o Hospital Municipal da Mulher, mas não houve nenhuma reforma. A estrutura desde então vem se deteriorando e apenas paliativos são feitos para maquiar os problemas.
A secretária Municipal de Saúde, Maria Joilca Bezerra Loureiro Carvalho conta que além dos recursos da Rede Cegonha, a reforma terá também uma contrapartida do município no valor de R$ 28 mil. Ela conta que a reforma incluirá toda a estrutura física, com a recuperação da infraestrutura. “Tem que ter uma atenção especial para a parte elétrica, que será revista e em relação a cobertura que vai ser resolvido, pois a unidade não tem cobertura, apenas a laje, motivo dos problemas de infiltração. Com a reforma, todos esses problemas serão resolvidos e pretendemos deixar a maternidade apta a realizar partos cesáreos”, afirmou a secretária.
Joilca Bezerra disse que a reforma será feita por etapas, por isso não haverá a necessidade de interdição da unidade. “A reforma será feita com a unidade funcionando. O processo licitatório já foi aberto desde o início de outubro para a escolha da empresa que realizará as obras, mas isso ficará para o próximo ano, pois caberá a próxima gestão executar as obras”, afirmou a secretária Municipal de Saúde, Joilca Bezerra.
A lista de problemas que os profissionais enfrentam diariamente na Maternidade Leide Morais é bem extensa. Além de problemas com o gerador, o abastecimento da farmácia com faltas constantes de insumos, desde sondas, luvas, bolsas coletoras de urina, medicamentos anestésicos, agulha de punção lombar, clamp umbilical e falta de água mineral para preparo das dietas líquidas e complemento alimentar dos recém-nascidos.
Além disso, os profissionais pedem o restabelecimento do serviço de ambulância móvel 24 horas e reclamam da segurança insuficiente, uma vez que os funcionários têm sido assaltados no estacionamento da Maternidade, além do furto de veículos. O prédio, apesar de novo, sofre com a deterioração da estrutura física pela falta de manutenção que se encontra com problemas de infiltração, mofo, piso danificado, com áreas sem continuidade e com regiões de acúmulo de sujeira e líquidos, além do desabamento de gessos em várias suítes, forçando a interdição delas e gerando redução na capacidade de atendimento comprometendo, assim, a saúde dos profissionais e usuárias.
Reprodução: Jornal de Hoje