Após reforma, Maternidade das Quintas deve retornar partos cesarianos
Geral
11.12.2014
O Centro Cirúrgico da Maternidade das Quintas deve voltar a funcionar na tarde desta quarta-feira (10) depois de 20 dias em reforma. A previsão é da diretora da unidade, Aloma Fonseca. Com o fim da reforma, os partos cesarianos voltam a ser realizados e as maternidades públicas da cidade ganham um alívio na sua lotação.
De acordo com a diretora geral, o ambiente onde acontecem as cesarianas havia sido limpo e estava pronto para receber as futuras mães. “Estamos esperando só a vigilância sanitária vir liberar”, informou. Quem também esperava pelo centro cirúrgico é o casal Carlos Leandro Santos, de 26 anos, e Maraise Caroline Ribeiro Martinez de 20 anos, moradores do bairro de Nossa Senhora da Apresentação na zona Norte de Natal.
A jovem dona de casa está com 41 semanas de gestação e precisa de uma cesareana. Hoje, por pouco, sua peregrinação por uma maternidade não se repetia como há duas semanas. “Eles mandaram a gente ir para a Januário Cicco, mas quando a reportagem chegou aqui a diretora disse que ela podia ficar internada”, contou Carlos. Coincidentemente, eles procuraram a maternidade no mesmo momento em que uma equipe de reportagem de TV estava no lugar.
Quando Maraise completou 39 semanas, o casal saiu por várias maternidades da cidade em busca de atendimento. A urgência se deu depois do primeiro atendimento no Hospital Dr. José Pedro Bezerra (Santa Catarina). Os médicos que atenderam Maraise a diagnosticaram com 41 semanas de gravidez apenas com exames clínicos. Portanto, estaria no limite para fazer o parto. Ela ficou das 7h às 15h esperando por atendimento até que ouviu a frase de uma médica: “Eu faço seu parto, mas no corredor”. “Lá está muito lotado com mulheres no corredor”, descreveu Carlos.
Foi então, que o marido decidiu levar a mulher para o Marternidade Escola Januário Cicco (MEJC). Chegando na maternidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foi a vez de Carlos ouvir uma frase que soou em tom de preconceito: “zona Norte é zona Norte, o atendimento tem que ser lá”.
Por fim, o casal foi à Maternidade das Quintas onde o médico conseguiu diagnosticar que Maraise ainda estava com 39 semanas. “Aqui o médico disse que eu esperasse completar as 41 semanas e se não entrasse em trabalho de parto voltasse aqui que ele ia me internava para fazer a cesariana”, acrescentou a gestante.
Foi o que o casal fez hoje pela manhã. Exatamente o dia em que o centro cirúrgico será reaberto. Logo quando chegaram na recepção maternidade das Quintas, Carlos e Maraise foram orientados novamente a procurar a Januário Cicco. Mas ele insistiu em falar com o médico e acabou ganhando uma forcinha da equipe de reportagem que estava no local. Finalmente, a mãe de primeira viagem conseguiu a internação para fazer o parto cesareano assim que o centro cirúrgico voltar a funcionar.
“É um absurdo. Natal é tão grande e os hospitais tudo lotado (SIC). É uma vergonha”, disse Carlos Santos, que espera pelo seu primeiro filho. Maraise também tem uma opinião semelhante sobre o serviço de saúde na Cidade. Embora tenha conseguido fazer todas as consultas e exames previstos no pré-natal, ela sente a diferença no atendimento quando compara com sua cidade natal, Ribeirão Preto (SP). “Aqui o atendimento não é bom, lá é melhor”, disse na condição de quem está há um ano na cidade do Sol.
Além dos 20 dias com a suspensão de partos cesarianos, a unidade também suspendeu os partos normais durante a sexta-feira e sábado passados para a pintura. Conforme Aloma Fonseca, as grávidas que teriam partos normais foram encaminhadas para a maternidade de Felipe Camarão, enquanto que todas as mães que precisavam do procedimento cirúrgico da cesariana eram encaminhadas para a MEJC.
Ainda segundo a direção, a Maternidade das Quintas tem uma média de 280 partos por mês com suas instalações funcionando normalmente, sendo que o número de cesarianas varia de 60 a 80. Mesmo com a reforma, a previsão é que o centro cirúrgico eventualmente funcione no limite. “O ideal são quatro cesáreas [por vez], mas a gente chega a fazer até sete”, disse a diretora.
Fonte: Jornal de Hoje