Profissionais da saúde municipal realizaram um ato público ontem (22) em campanha pela isonomia salarial dos auxiliares e técnicos do sistema. O ato faz parte de uma grande campanha da categoria que também requer soluções contra o assédio moral dos profissionais e melhores condições de trabalho. Atualmente são cerca 289 auxiliares de saúde que trabalham nos postos e unidades básicas, mas que não receberam correção salarial.

De acordo com a diretora da secretária de Assuntos Jurídicos e Trabalhistas do Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública do RN), Célia Dantas, há profissionais com mais de dez anos de trabalho que recebem entre R$ 800 e R$ 900 reais, enquanto outros recém convocados recebem salários em torno de R$ 1,2 mil. “Querem essa isonomia, até porque o serviço exercido por ambos os profissionais é o mesmo. A diferença é que antes essa categoria entrava na secretaria como auxiliar e, agora, entram como técnicos”, afirmou.

Outras pautas cobradas e reforçadas durante o ato foram as condições de trabalho e a saúde do trabalhador. “É comum a falta de insumos básicos para os serviços. Um dia falta álcool, no outro falta gaze nos postos. Não temos o mínimo de condições necessárias para prestar serviço de qualidade à população. Em conseqüência disso, nós adoecemos. Só o que se vê são profissionais da saúde sofrendo de hipertensão e depressão”, avaliou Célia Dantas.

Em assembleia realizada após o ato público, o grupo discutiu sobre a necessidade de uma audiência com o prefeito Carlos Eduardo. Antes disso, recorrerão à assessoria jurídica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para providenciarem uma minuta que especifique a viabilidade do reajuste. No dia 4 de junho está agendada uma reunião da Mesa de Negociação Permanente da Saúde, com a presença do secretário Cipriano Maia e a categoria, a qual espera que as propostas sejam negociadas.

Campanha salarial dos servidores estaduais

Ainda nesta quarta-feira, às 15h, a direção do Sindsaúde-RN agendou a  entrega da pauta oficial de reivindicações da categoria à Secretaria de Estado da Saúde Pública, para que seja discutida na próxima reunião da Mesa Permanente de Negociação do SUS/RN, em benefício dos servidores do estado. Entre os principais pontos da pauta estão: isonomia salarial com servidores do Sistema Único de Saúde no RN e o cumprimento da lei do Plano de Cargos e Salários que garante a aplicação do internível de 3% em todas as tabelas salariais.

Os servidores da saúde exigem também a antecipação dos 25% de incorporação da Jornada Especial; o estabelecimento de uma data-base para reajuste salarial; e a retirada dos servidores do prédio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) até que seja feita reforma das instalações, entre outras reivindicações. A campanha salarial vai defender também a convocação dos concursados e o não fechamento das pediatrias, como a do Hospital Santa Catarina.