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BRASIL: GENÉRICOS PODEM CRESCER 15% COM FIM DO PRAZO DE VALIDADE DE PATENTES

Geral

24.08.2010

CORREIO DA TARDE – 24-08-2010

Secção: Geral

Link:  http://www.correiodatarde.com.br/editorias/geral-57119

Publicado no dia 23/08/10

 

GENÉRICOS PODEM CRESCER 15% COM FIM DO PRAZO DE VALIDADE DE PATENTES

Com o fim da vi­gên­cia de pa­ten­tes neste ano, os fa­bri­can­tes de re­mé­dios ge­né­ri­cos es­pe­ram cres­cer de 10% a 15%. A es­ti­ma­ti­va é de Odnir Fi­not­ti, pre­si­den­te da Pró-Genéricos, as­so­cia­ção que reúne as in­dús­trias far­ma­cêu­ti­cas do setor. O mer­ca­do de ge­né­ri­cos mo­vi­men­ta atual­men­te R$ 5 bi­lhões e os la­bo­ra­tó­rios na­cio­nais estão de olho em um fa­tu­ra­men­to de R$ 1 bi­lhão a curto prazo.

Fi­not­ti ga­ran­te que as em­pre­sas estão pre­pa­ra­das para abas­te­cer as pra­te­lei­ras das far­má­cias assim que as pa­ten­tes ex­pi­ra­rem. O ge­né­ri­co deve ser, pelo menos, 35% mais ba­ra­to que o re­mé­dio de marca. "A in­dús­tria co­me­ça a se pre­pa­rar dois anos antes do fim da pa­ten­te", disse o pre­si­den­te.

Um es­tu­do da Agên­cia Na­cio­nal de Vi­gi­lân­cia Sa­ni­tá­ria (An­vi­sa) in­di­ca que 21 pa­ten­tes devem ex­pi­rar em 2010. Porém, esse ce­ná­rio está sem­pre su­jei­to a mu­dan­ças, já que as in­dús­trias far­ma­cêu­ti­cas donas das pa­ten­tes têm bus­ca­do a Jus­ti­ça para pror­ro­gar o tempo de ex­clu­si­vi­da­de de uso das fór­mu­las.

No Bra­sil, uma pa­ten­te dura 20 anos. O Ins­ti­tu­to Na­cio­nal de Pro­prie­da­de In­dus­trial (Inpi), do go­ver­no fe­de­ral, con­si­de­ra que a pa­ten­te co­me­ça a valer a par­tir da data do pri­mei­ro re­gis­tro dela no ex­te­rior, o cha­ma­do me­ca­nis­mo pi­pe­li­ne. Em con­tra­par­ti­da, os la­bo­ra­tó­rios dos re­mé­dios pa­ten­tea­dos en­ten­dem que o prazo deve con­tar a par­tir de re­gis­tros mais re­cen­tes.

A di­ver­gên­cia de en­ten­di­men­to tem pro­vo­ca­do dis­pu­tas ju­di­ciais, como ocor­reu no caso do Via­gra, in­di­ca­do para tra­ta­men­to con­tra a im­po­tên­cia se­xual. Em abril, o Su­pe­rior Tri­bu­nal de Jus­ti­ça (STJ) de­ci­diu que a pa­ten­te do re­mé­dio ven­cia em junho deste ano e re­jei­tou a ale­ga­ção do la­bo­ra­tó­rio Pfi­zer de que o en­cer­ra­men­to seria em junho de 2011. A de­ter­mi­na­ção per­mi­tiu a en­tra­da do ge­né­ri­co do Via­gra no mer­ca­do bra­si­lei­ro.

De­pois dessa de­ci­são, o Inpi es­tu­da agora pedir à Corte que jul­gue, de uma única vez, 37 re­cur­sos sobre pror­ro­ga­ção de pa­ten­tes. Para o ins­ti­tu­to, o fim das pa­ten­tes es­ti­mu­la a pro­du­ção na­cio­nal de ge­né­ri­cos, fa­ci­li­ta o aces­so da po­pu­la­ção aos me­di­ca­men­tos e reduz os gas­tos pú­bli­cos com a com­pra de re­mé­dios.

"Não é com­ba­ter a pa­ten­te. Es­ta­mos com­ba­ten­do o abuso do di­rei­to da pa­ten­te, ou seja, usar além do que foi es­ta­be­le­ci­do pelo go­ver­no bra­si­lei­ro. Isso não traz be­ne­fí­cio para o país e para a po­pu­la­ção", jus­ti­fi­cou o procurador-chefe do Inpi, Mauro Maia.

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