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Casos de AIDS crescem 14% no RN

Geral

29.11.2012

 

Os casos de AIDS no Rio Grande do Norte crescem em média de 14%  ao ano. Percentual bem acima da taxa nacional que foi de 3,7% entre  2010 e 2011. Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que de 2000 a 2011 foram diagnosticados 3.122 casos da doença em adultos, 384 a mais do que os 2.738 casos registrados no acumulado até 2010.
 
Os homens continuam liderando as estatísticas. Das 3.122  pessoas diagnosticadas com a doença,  67% são do sexo masculino e 33% do sexo feminino. Uma razão média de dois casos em homens para um em mulheres. Praticamente a mesma média do Brasil que é de 1,9 caso de AIDS em homem para cada registro da doença em mulher. 
 
Na distribuição por faixa etária, os adultos entre 25 e 49 anos concentram 74% dos casos. Já os jovens de 13 a 24 anos representam 9% dos casos.  Entre 2000 e 2011, 826 pessoas morreram por causa da Aids no Rio Grande do Norte, sendo 69% homens e 31% mulheres.
 
De acordo com a responsável técnica do Programa DST/Aids da Sesap, Sônia Cristina, o aumento dos casos da doença não significa que nada vem sendo feito para combater a AIDS. "Os números mostram sim um crescimento, mas isso se deve também ao aumento da quantidade de pessoas que estão fazendo os exames. Antes nós tínhamos apenas um serviço de atenção a AIDS, hoje já são dez. Se por um lado temos mais gente com o vírus, por outro temos uma noção maior do número real dos portadores dessa doença, que por sua vez diminui os casos subnotificados", explica Sônia Cristina.
 
Ainda segundo ela,  a secretária está investindo na descentralização da assistência, levando os serviços para o interior do Estado. Hoje são dez pontos de serviço de atenção atenção a AIDS sendo dois deles em Natal e os outros em Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Santa Cruz, Caicó, Pau dos Ferros, São José do Mipibu, Mossoró e Macaíba.
 
Nesses centros o paciente tem a sua disposição uma equipe interdisciplinar de médicos, assistente social, psicólogo, entre outros profissionais que atuam junto a população na tentativa de conscientização sobre os perigos da doença.
 
"Quando os casos são diagnosticados, já começam o tratamento antirretroviral – aqueles que podem utilizar a medicação – e o acompanhamento com a equipe multidisciplinar", explica  Sônia Cristina.
 
Uma das dificuldades enfrentadas pela Sesap no que diz respeito a conscientização sobre a doença diz respeito a falta de participação dos municípios, principalmente os do interior. "A gestão local deve assumir também a sua responsabilidade nesta luta. Criar estratégias locais para trabalhar o problema da AIDS. Não é possível esperar apenas pelas ações do Estado ou do Governo Federal", diz a responsável técnica do Programa DST/Aids da Sesap.
 
Mas nenhum dessas ações adianta se a população não se conscientizar dos perigos dessa doença e da possibilidade real de adquiri-la, independentemente de classe social, idade, estado civil ou cor.
 
São desenvolvidas ações educacionais nas escolas, nas festas, informações sobre os cuidados que se deve ter. E muita gente sabe disso, mas não leva a sério.
 
"´É muito complicado por um fim nessa doença sem que haja uma vacina ou um remédio contra AIDS. As informações são disseminadas, a sociedade sabe o que deve ou não fazer, o comportamento de risco. Mas nem todo mundo coloca isso em prática. Só o poder público não dá conta, a população precisa fazer sua parte", orienta  Sônia Cristina.
 
 Luta contra a AIDS
 
No próximo dia 01 de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Aids, a Sesap vai realizar uma série de ações como palestras, caminhadas e exposições de vídeo, além de incentivar os municípios a oferecer a testagem rápida para HIV/Aids, Sífilis e Hepatites B e C.
 
A campanha deste ano tem como slogan "Não fique na dúvida, fique sabendo", e tem por objetivo enfatizar e incentivar o diagnóstico precoce do HIV. Com apenas uma gota de sangue colhida na ponta do dedo, o resultado do teste rápido sai em 30 minutos. A pessoa recebe aconselhamento antes e depois do exame, e em caso positivo, é encaminhada para o serviço especializado.
 
Estudo aponta comportamento de hepatites e DSTs
 
A Sesap também divulgou a análise epidemiológica é relativa aos casos de Hepatites Virais, Aids em Adultos e Crianças, Gestantes infectadas pelo HIV e Crianças Expostas, Sífilis na Gestação, e Sífilis Congênita até dezembro de 2011. 
 
Foram constatados que, entre os anos de 2005 a 2011, o Rio Grande do Norte teve 3.017  casos notificados em hepatites virais, sendo 2.362 casos confirmados em Hepatite A, 271 confirmados em Hepatite B e 384 em Hepatite C. A hepatite A é a hepatite que possui maior número de casos, ela é causada por meio de água e alimentos contaminados. As crianças menores de 14 anos de idade são as mais acometidas, cerca de 79%. A hepatite B é transmitida principalmente, por via sexual, com predominância na faixa etária de 20 a 49%. A hepatite C possui um alto índice de cronificação no estado, cerca de 93% dos casos, onde 42% estão concentrados na faixa etária de 50 a 59 anos.
 
Dentre as DST, os agravos mais encontrados foram o HPV (126), a candidíase (84) e a gonorréia (41). A faixa etária mais frequente foi a de 15 a 24 anos com 38% dos casos registrados, seguida da de 25 a 34 anos (34%). De acordo com o município de residência, Natal concentrou a maior parte dos casos (83%), e a provável causa para isso é que o centro encontra-se nesta cidade.

Fonte: Tribuna do Norte