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Clínicos lideram lista de exonerações

Geral

05.05.2014

A Sesap possui hoje 14.400 servidores distribuídos em diversas categorias. Um levantamento feito pela CRH aponta que, entre janeiro de 2011 e março de 2014, ocorreram 407 exonerações. Deste total, 174 correspondem a médicos, ou seja, 42% do total. É o maior percentual entre as categorias que compõem o quadro de pessoal da Sesap. Há um outro dado alarmante. Os médicos que pedem exoneração da secretaria são especialistas em áreas críticas nos hospitais públicos.
Em pouco mais de três anos, os clínicos gerais lideram a lista dos exonerados. Foram 34 baixas. Em seguida, aparecem os anestesiologistas (16 pedidos de exoneração) e, na sequência, os ortopedista. Catorze profissionais dessa especialidade abandonaram o serviço público nos últimos anos.

De acordo com a titular da  Coordenadoria de Hospitais e Unidades de Referência (Cohur) da Sesap, Camila Costa, a saída dos profissionais obriga o redistribuição dos médicos e elaboração de aditivos nos contratos com as cooperativas. “Infelizmente ocorre essa perda de pessoal em áreas críticas como a ortopedia, por exemplo. Nos obriga a fazer redistribuição de pessoal e serviço. Para não deixar o paciente sem o médico, precisa contratar com as cooperativas”, coloca.

Além das exonerações já efetivadas, existem 45 sindicâncias em curso que apuram irregularidades relacionadas a médicos. Carlos Roberto Pinto Lopes afirma que tais procedimentos serão convertidos em exonerações. “Os processos estão parados atualmente, mas todos os documentos apresentados comprovam que há irregularidades. Há casos de abandono de trabalho e outros onde o médico recebe sem comparecer”, diz.

Somando as exonerações já realizadas mais os casos em análise, até o fim deste ano, o número de exonerações de médicos vai atingir o mínimo de 316 profissionais. Soma-se ainda, outros 97 médicos que vão atingir o tempo de serviço e podem pedir aposentadoria. Sendo assim, nos próximos sete meses, o total de médicos que vão deixar a Sesap soma o quantitativo de 237 profissionais.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern), Jeancarlo Cavalcanti, dois fatores explicam a evasão do serviço público: baixa remuneração e falta de condições de trabalho. “São os dois problemas principais. O salário não é atrativo e as condições são precárias”, avalia.

Recentemente, houve aprovação de reajuste salarial para a classe médica, mas, segundo Jeancarlo, a manobra não é suficiente para atrair novos médicos, especialmente os especialistas. “É verdade que o aumento trouxe um alívio, mas ainda há exigências por parte dos médicos. Se ocorrer o concurso, os médicos sem especialização vão procurar o ingresso no serviço público, mas os médicos especialistas vão continuar de fora”, coloca.

A falta de profissionais especialistas atinge o atendimento em hospitais de grande porte como o Walfredo Gurgel. Não raro surgem denúncias da falta de profissionais para cobrir a escala de plantão. Médicos com especialidade em cirurgia vasculares, ortopedia e neurocirurgia são cada vez mais  escassos dentro da Sesap.

Para dar resposta à demanda, a Sesap realiza novos contratos com as cooperativas e, no caso das cirurgias ortopédicas, realiza mutirões através de convênios com hospitais particulares. No ano passado, foram mais de 200 cirurgias desse tipo que culminou com o esvaziamento do corredor de politraumatismo do Walfredo Gurgel.

Fonte: Tribuna do Norte