Se recuperando de acidentes e problemas de saúde diversos, crianças e adolescentes internados na pediatria clínica e unidade de queimados do Hospital Walfredo Gurgel, no Tirol, iniciaram nesta segunda-feira (15) a confecção dos itens de decoração natalina que enfeitarão o setor neste ano. Munidos de lápis de cor, tintas guache e gizes de cera coloridos, eles pintaram desenhos e gravuras para serem expostos em um mural instalado especialmente para a ocasião.

Segundo a professora Maria de Fátima Galvão, a atividade é muito importante para o sucesso do tratamento aplicado e o de recuperação que os pequenos pacientes estão vivenciando, por incluir o lúdico na terapêutica medicamentosa. Ela disse que, atualmente, há sete internos da pediatria clínica e que todos estão participando das ações, cada um com as limitações impostas pela sua condição física hoje.

“Isso tem um significado muito grande para eles, porque saem do contexto de medicação e curativos, que são dolorosos, e passam a vivenciar um momento lúdico, de interação entre eles através de brincadeiras, contação de histórias e atividades artísticas em que eles podem esquecer um pouco todo o sofrimento que passaram e os procedimentos que precisam enfrentar diariamente para o processo de recuperação da saúde física. Não dá para dimensionar os benefícios que essas atividades oferecem a eles”, afirmou.

Ela disse também que todos recebem acompanhamento pedagógico e que, mesmo internados, eles conseguem estudar e conquistar avanços no letramento, por exemplo. “Eles saem do estágio de depressão e ansiedade que é comum para uma pessoa que está internada em um hospital e podem, através do ato de brincar, ter um acompanhamento pedagógico, já que estão longe da escola e do ambiente familiar”, afirmou.

Orientados por um grupo de estagiários do curso técnico de Enfermagem, os pequenos pacientes produziram enfeites natalinos, adornos e atuaram ativamente na decoração dos setores. Para o estudante Zarlan Nicolas, conseguir transformar a rotina de internação de uma criança é a melhor parte do trabalho. “É uma experiência muito gratificante, porque estamos ajudando a mudar um pouco a rotina cansativa e dolorosa deles, trazendo momentos alegres e divertidos”, falou.

Para o professor orientador, Jamerson Izaque, as atividades lúdicas são essenciais para complementar a terapêutica adotada para cada caso. “As crianças são pequenos adultos, como se pensava antes, mas indivíduos com demandas e necessidades específicas. E isso vai além dos cuidados físicos, mas também emocionais, principalmente no período natalino. E só de ouvir de uma criança que está internada há três meses que hoje foi o melhor dia de todo o tempo em que ela está aqui dentro, é muito bom, muito emocionante”, afirmou.

REprodução: Jornal de Hoje