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ESTADO: MÉDICOS RESIDENTES DO RN PARALISAM SUAS ATIVIDADES

Geral

19.08.2010

CORREIO DA TARDE – 19-08-2010

Secção: Correio Natal

Por: Alexsandro Costa

Link:  http://correiodatarde.com.br/editorias/correio_natal-57009

Publicado no dia 18/08/10

 

MÉDICOS RESIDENTES DO RN PARALISAM SUAS ATIVIDADES

Os residentes médicos de todo o país entraram em greve desde ontem (17). Os estudantes querem um reajuste de 37% no valor da bolsa auxílio, que atualmente é de R$1.916.45, além de auxílio alimentação e transporte, décimo terceiro, e ampliação da licença gestante para seis meses. O valor do pagamento encontra-se congelado desde 2006. Desde abril do decorrente ano que os residentes buscam negociação com os ministérios da Saúde e da Educação sobre suas reivindicações, mas até hoje não houve proposta que assegurasse a valorização dos profissionais e proporcionasse melhorias nas condições da formação.

A decisão pela suspensão dos atendimentos por tempo indeterminado, exceção feita à prestação de serviços essenciais (urgências, emergências e UTIs), foi tomada pela Comissão de Greve da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), formada por diversos representantes estaduais. O Rio Grande do Norte conta com 170 residentes atuando em sete hospitais públicos do Estado, atuando diretamente em atendimentos e procedimentos cirúrgicos. A organização do movimento acredita na adesão de 70% dos estudantes à greve.

De acordo com Nicole Negreiros, residente do Hospital de Pediatria Eriberto Ferreira Bezerra, entre as principais reivindicações dos estudantes está o cumprimento das 60 horas de trabalho semanais. "O trabalho que nós fazemos ultrapassando o horário previsto da jornada não é acrescido de horas extras. Além disso, os profissionais da área médica não são suficientes para suprir a demanda dos estagiários, embora sejam assíduos".

Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed), Geraldo Ferreira, esse excesso de horas é reflexo do tratamento dado aos estagiários, que em alguns casos trabalham como profissionais, já que executam e atendem a serviços que não lhe são cabíveis em primeira mão.

O representante do Sinmed disse ainda que o governo federal ofereceu 17% de aumento, mas a proposta foi rejeitada pela classe. Uma nova proposição com 20% de reajuste, com a primeira parcela paga em janeiro de 2011, foi apresentada e novamente rejeitada pela Associação Nacional de Médicos Residentes. O Sindicato está oferecendo apoio jurídico e de comunicação aos estudantes.

A Campanha de Mobilização pelo Reajuste da Bolsa ganhou força com paralisações de 24 horas realizadas em 23 estados, de 13 a 15 de abril. Desde então, a ANMR já participou de diversas reuniões em Brasília nas quais sua pauta de reivindicações foi discutida, tanto na Comissão Nacional de Residência Médica quanto no gabinete da Diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde, Ana Estela Haddad. Embora o governo tenha cedido em alguns pontos, o índice oferecido como aumento (17%) permanece muito aquém do desejado.

Depois de uma assembléia, na manhã de hoje, os residentes seguiram para a Câmara dos Deputados Estaduais com o objetivo de pleitear apoio dos parlamentares na negociação nacional.