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ESTADO: RESIDENTES EM GREVE NO RN

Geral

18.08.2010

DIÁRIO DE NATAL  – 18-08-2010

Secção: Cidades

Por: Maiara Felipe

Link:  http://www.diariodenatal.com.br/2010/08/18/cidades6_0.php

Publicado no dia 18/08/10

 

RESIDENTES EM GREVE NO RN

Paralisação nacional de médicos, que tem adesão no estado, afeta escalas em vários hospitais de Natal

Os residentes médicos de todo país entraram em greve desde essa terça-feira. Os estudantes querem reajuste de 37% no valor da bolsa auxílio, que atualmente é de R$ 1.916.45, auxílio alimentação e transporte, décimo terceiro, e licença gestante de seis meses. Desde 2006 não há nenhum aumento no pagamento. O Rio Grande do Norte conta com 170 residentes, atuando em sete hospitais públicos do estado, trabalhando diretamente na realização de atendimentos e procedimentos médicos. A organização do movimento acredita que 70% dos estudantes aderiram à greve.

De acordo com Leonardo Arcuri, residente da Maternidade Escola Januário Cicco, entre as principais reivindicações dos estudante está o cumprimento das 60 horas de trabalho semanais. "Muitas vezes esse número chega às 75 horas", informou Leonardo. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed), Geraldo Ferreira, esse excesso de horas é reflexo do tratamento dado aos estagiários, queem alguns casos trabalham como profissionais.

A exemplo do prejuízo que a população pode ter com a paralisação, nos plantões do Pronto-Socorro da Januário Cicco, são dois médicos e três residentes. Apenas um estudante está na escala, respeitando a Lei de Greve que exige 30% dos grevistas trabalhando. Diariamente cerca de 100 pessoas passam pela urgência, sem contar os atendimentos ambulatoriais e as cirurgias eletivas.

As cesarianas de Natal são realizadas somente na Januário e no Hospital Santa Catarina e poucos casos seguem para o Hospital da Polícia Militar. Além dessas unidades, os estudantes de medicina estão presentes no Hospital Universitário Onofre Lopes, no Hospital de Pediatria da UFRN, no Walfredo Gurgel, no Giselda Trigueiro e no Maria Alice Fernandes. "O residente já foi incorporado à rotina do hospital", lembrou Leonardo.

Segundo Geraldo, provavelmente a paralisação vai acarretar atrasos nos procedimentos eletivos. "A Januário que tem alta demanda, acho que deverá encaminhar para as maternidades da prefeitura", explicou. O representante do Sinmed disse ainda que o governo federal ofereceu 17% de aumento, mas a proposta foi rejeitada pela classe. Uma nova proposição com 20% de reajuste, com a primeira parcela paga em janeiro de 2011, foi apresentada e novamente rejeitada pela Associação Nacional de Médicos Residentes. O Sindicato está oferecendo apoio jurídico e de comunicação aos estudantes.

Depois de uma assembleia, que acontecerá no Sinmed, às 8h30 de hoje, os residentes seguirão para a Câmara dos Deputados Estaduais para solicitar aos parlamentares ajuda na negociação nacional. Em abril deste ano, residentes de 13 estados fizeram uma paralisação de advertência de 24 horas.