Genes da longevidade aumentam apenas vida não saudável
Geral
24.02.2015
Longevidade sem saúde
O organismo preferido pelos cientistas como modelo para estudar o envelhecimento é o verme C. elegans, juntamente com as moscas da fruta e as leveduras.
Isto porque, tendo um ciclo de vida curto, esses animais permitem o estudo de um grande número de variáveis influenciando o tempo de vida de um grande número de gerações.
Uma das técnicas preferidas pelos cientistas para aumentar o tempo de vida dos animais tem sido a busca por genes que possam influir sobre a longevidade.
Contudo, uma equipe norte-americana agora descobriu que os vermes alterados geneticamente para viverem mais gastam a maior parte do seu tempo extra de vida em um estado frágil, com menos saúde e menor nível de atividade do que seus parentes sem alterações genéticas.
"Saudidade"
Os resultados indicam que os genes que aumentam a longevidade não aumentam a vida saudável, e apontam para a necessidade de uma forma de mensurar a saúde dos animais como parte dos estudos de envelhecimento daqui para frente.
"Nosso estudo revela que, se quisermos encontrar genes que nos ajudem a manter-nos fisicamente ativos à medida que envelhecemos, genes que nos permitam jogar tênis aos 70 como se tivéssemos 40, então temos de olhar para além da longevidade, que não pode ser o critério único. Temos que começar a olhar para novos genes que possam desempenhar um papel em uma 'saudidade'," disse o Dr. Heidi Tissenbaum, da Universidade de Massachusetts (EUA).
O Dr. Tissenbaum destaca que, por várias razões, a maioria dos estudos examinam os animais modelo de forma criteriosa apenas enquanto eles ainda são relativamente jovens, negligenciando um exame mais acurado perto da última parte da sua vida.
Longevidade e saúde
Segundo o pesquisador, os resultados contestam a suposição de que a longevidade e a saúde estejam intrinsecamente ligadas.
"O que isto significa é que os nematoides mutantes vivem mais tempo, mas a maior parte desse tempo extra não representa tempo saudável para o verme," disse Tissenbaum. "Embora vejamos alguma extensão em saúde em determinadas características conforme os mutantes envelhecem, invariavelmente a contrapartida é um longo período de fragilidade e de inatividade para o animal. Na verdade, como porcentagem do tempo total de vida, os vermes de tipo selvagem passam mais tempo em um estado saudável do que os mutantes de vida longa".
Fonte: Diario da saúde