Greve reduz atendimento nos postos
Geral
20.10.2013
A greve dos servidores do Município de Natal chega ao quinto dia com paralisações em diversos serviços. De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Natal (Sinsenat), Soraya Godeiro, 4 mil profissionais pararam. A principal reivindicação dos servidores é o cumprimento de reajuste na data base. “Todo mês de março, a matriz salarial deve ser atualizada e isso não foi cumprido em 2013”, disse Soraya Godeiro. No caso da Saúde, os trabalhadores pedem reajuste de 27,08%, relativo aos dois últimos anos.
A Prefeitura de Natal divulgou nota informando que os serviços estão sendo mantidos e que, apesar de reconhecer a legitimidade da luta e das reivindicações dos servidores, considera a Mesa de Negociação do SUS o espaço mais indicado para se compatibilizar os interesses da categoria. A proposta oferecida foi de um reajuste de 8%, o que foi descartado pelos trabalhadores.
Na nota, a Prefeitura também pediu o retorno dos servidores ao trabalho e ressaltou a importância de que seja respeitada a recomendação feita pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) para que a greve seja realizada dentro da legalidade, “não havendo suspensão ou paralisação completa de qualquer serviço ou atividade de saúde”, e que seja garantido, “neste momento inicial, a manutenção de percentual mínimo de 50% dos servidores em atividade em cada uma das unidades de saúde municipais/serviços municipais, sem fechamento de qualquer um destas”.
Os sindicatos dizem que o movimento grevista tem respeitado a recomendação do MPRN. “Está sendo cumprido o mínimo de 50% dos servidores nas unidades de pronto atendimento”, explicou a coordenadora geral do Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte, Simone Dutra.
Os efeitos da greve tem trazido transtornos à população, principalmente para quem depende das unidades de saúde municipais. De acordo com a diretora do Pronto-Socorro Infantil Sandra Celeste, Telma Lúcia Pereira, embora a adesão à greve na unidade tem sido pequena – apenas cinco técnicos de enfermagem teria aderido – o não funcionamento de unidades básicas tem causado um aumento no número de pessoas que procuram o pronto-socorro. “Ontem [quinta-feira], a maioria dos atendimentos vieram dos postos de saúde. A reclamação das pessoas era que iam aos bairros e os postos estavam fechados”, informou.
Com o aumento da procura pelo Sandra Celeste, a espera dos pacientes tem sido bem maior do que o normal, que seria de duas a três horas, segundo a diretora da unidade. Após ter procurado atendimento em seu município, São Gonçalo do Amarante, sem obter sucesso, a costureira Érica Viviane Carvalho, de 33 anos, foi com a filha Cananda, de quatro anos, até o Sandra Celeste. Elas chegaram no local na noite de quinta-feira. “Saí 1h da madrugada. Me mandaram bater um raio-x às 7h, no Varela Santiago. Voltei para cá às 7h40 e tô esperando até agora [16h30] um carro para ela ser internada no Maria Alice”, contou.
No Hospital dos Pescadores, funcionários informaram que foram mantidos apenas atendimentos de urgência e emergência, que representam cerca de 10% dos serviços feitos na unidade. A média que era de 200 atendimentos por dia caiu para cerca de 30.
Fonte: Tribuna do Norte