Grevistas da Saúde promovem atendimento em praça pública na frente da Prefeitura
Geral
25.10.2013
Na manhã desta quinta-feira (24), servidores da Saúde de Natal, em greve há 10 dias, realizaram um ato educativo na Praça 7 de Setembro, em frente à sede da prefeitura, no centro da cidade. Durante a ação, foram oferecidos atendimentos como verificação da pressão e testes glicêmicos, como também orientações sobre algumas doenças.
Entretanto, o intuito maior do ato foi comunicar a população sobre o andamento da greve e os resultados obtidos nas negociações com o executivo municipal. Sob uma tenda armada na praça, cerca de 100 servidores prestavam o atendimento aos interessados na ação. De acordo com a diretora do Sindicato do Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde), Célia Dantas, a categoria pretendia fazer o ato na frente da prefeitura, porém foi proibida.
A expectativa da entidade era de atender a aproximadamente 200 pessoas, todavia, devido à mudança de local, este número sofreu uma queda nesta perspectiva. Outra frente da operação foi a distribuição de boletins, panfletos e orientações sobre os cuidados preventivos contra a dengue, como também para evitar doenças sexualmente transmissíveis. Preservativos, tanto masculino como feminino, eram distribuídos para as pessoas.
Aproveitando este período do Outubro Rosa, as mulheres também eram advertidas sobre os cuidados, exames e tratamentos do câncer de mama e colo de útero.
De acordo com Célia Dantas, no último dia 4 aconteceu uma audiência, quando a prefeitura repassou a proposta de reajuste salarial de 8%. Ela destaca que esse valor não chega nem ao índice de inflação que é superior a 14%, enquanto a categoria pede 27%.
A diretora destaca que no dia 22 de outubro foi realizada uma passeata até a prefeitura, porém a sede do executivo municipal estava de portas fechadas. A intenção da classe é que seja marcada outra audiência para dar prosseguimento às negociações.
A sindicalista reclama que além da resposta quanto ao reajuste não ter sido satisfatória, outro pontos importantes ficaram de fora da pauta proposta pela prefeitura. A principal delas diz respeito às condições de trabalho. Para a representante do Sindsaúde, todas as unidades em Natal estão com a estrutura física em situações precárias, enquanto outras estão fechadas.
Ela cita a unidade de Soledade 1, a qual está interditada, as unidades de Nova Natal 1 e 2 que estão funcionando na unidade 3, que estava fechada há pouco tempo. Outro exemplo dado é a reforma da maternidade Leide Moraes, sendo solicitada a agilidade na conclusão.
Além da estrutura espacial, também são solicitados equipamentos, medicamentos e insumos para cada unidade. Ainda segundo Célia Dantas este é um dos pontos que mais afligem os servidores, pois muitas vezes os pacientes não recebem o atendimento ou falta medicamento, e acabam descontando nos trabalhadores. “Nós queremos as unidades de saúde equipadas e que dê respostas à população”, defende.
Uma denúncia feita pelo sindicato diz respeito ao assédio moral sofrido pelos grevistas nas unidades. Célia afirma que em quase todas as unidades as pessoas sofre mameaças de corte de ponto, entre outras intimidações, por parte de diretores, coordenadores e administradores. Ela argumenta que o contingente de emergência está sendo mantido, variando de 30% a 50%, de acordo com a especificação da unidade. “O trabalhador tem o direito de fazer greve, mas eles querem tirar esse direito”, argumentou.
Outra solicitação feita pelos grevistas diz respeito ao pagamento de adicional noturno e de insalubridade. Na categoria existem servidores sem receber esse direito há oito anos, alguns outros há 15 anos. “O prefeito disse que um cronograma será formado em 2014, e o pagamento só será feito de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, e se tiver dinheiro em caixa”. Célia ainda destacou que a proposta apresentada pela Prefeitura para discutir a aposentadoria e o auxilio doença é a formação de uma comissão, mas também no próximo ano.
Reprodução: Jornal de Hoje