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Hospitais contabilizam prejuízos com suspensão de cirurgias

Geral

11.08.2014

Memorial e Varela Santiago devem suspender cerca de 850 procedimentos cirúrgicos ao mês

A suspensão dos serviços de alta e média complexidade prestados ao Estado pela Cooperativa dos Médicos do Rio Grande do Norte (Coopmed/RN), devido os atrasos no repasse dos recursos pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), está afetando o funcionamento dos hospitais Memorial e o Infantil Varela Santiago, em Natal. Ambos devem suspender cerca de 850 procedimentos cirúrgicos ao mês caso os médicos não retornem às atividades. A situação é mais crítica no segundo, que teve que retirar dinheiro que seria usado na aquisição de um equipamento de alta tecnologia para efetuar o pagamento da folha de pessoal.

“Essa greve das cooperativas atinge frontalmente os usuários do Varela, porque realizamos cerca de 350 cirurgias ao mês, que dá um faturamento de R$ 200 mil. Hoje, já temos déficit mensal de R$ 280 mil, que somados a isso, e não temos perspectiva de suprir isso. Estamos vendo no Brasil inteiro os grandes hospitais filantrópicos sucumbirem, no Sul e Sudeste, que tem uma condição socioeconômica e o poder aquisitivo é muito maior, totalmente diferente. Vivemos numa luta permanente há 15 anos para que o hospital sobreviva com dignidade”, desabafou o superintendente do Varela Santiago, Paulo Xavier.

Ele disse que o maior temor de toda a equipe da unidade é que ela feche as portas e que só conseguiu pagar os funcionários e prestadores de serviço neste mês porque tirou R$ 500 mil do dinheiro arrecadado para a aquisição de um tomógrafo, porque os repasses da Sesap ainda não foram feitos. “É preocupante e uma perda grande para o Estado e Município, que não têm os serviços que o Varela Santiago oferece. Tememos muito pelo futuro, apesar da governadora ter prometido fazer o primeiro repasse ainda neste mês. Estamos com as contas de água e energia elétrica atrasadas e vai ficar assim até que ela efetue os repasses”, afirmou.

Segundo o diretor médico do Hospital Memorial, Ricardo Gomes, podem ser suspensas até 500 cirurgias ao mês nas especialidades Ortopedia, Traumatologia e Neurologia, além de procedimentos na área de buço-maxilo-facial. Sem receber repasse do Estado desde abril passado, a unidade deve continuar as cirurgias que já foram agendadas antes da suspensão dos serviços, mas depois, somente os atendimentos de procedimentos ambulatoriais, pagos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), serão feitos.

“Já chegamos a um ponto em que não podemos mais fazer os procedimentos sem receber nada. Estamos perdidos, ligamos para a Sesap e somos informados que não há dinheiro para os pagamentos porque o Planejamento não manda a verba. Reconhecemos que ele tem se esforçado, mas com a Sesap não tem autonomia financeira, é impossível o pagamento”, finalizou.

Reprodução: Jornal de Hoje