OMinistério Público entrou com ação cautelar na Justiça ontem à tarde para garantir atendimento de pronto-socorro aos usuários da Unimed no Hospital do Coração, Casa de Saúde São Lucas e Promater. Os três hospitais cancelaram o atendimento aos usuários do plano de saúde nos pronto-socorros (PS) desde às 7h da manhã de ontem por tempo indeterminado. No início da noite de ontem, a Justiça acatou o pedido do MP. Os hospitais deveriam ser notificados ainda ontem para darem continuidade ao atendimento.

 Segundo o coordenador do PS do Hospital do Coração, Manoel Messias, há meses os hospitais vêm discutindo o baixo valor pago pelo plano para os atendimentos de urgência e nada ficou acertado com a Unimed, gerando a paralisação do serviço.

Manoel Messias explica que a decisão tomada pelos hospitais de fecharem as portas de suas urgências aos clientes Unimed se dá devido ao baixo valor pago pela Unimed aos atendimentos feitos nos hospitais. Segundo ele, atualmente o plano paga R$ 65 por atendimento realizado, o que sequer compensa os custos mínimos do serviço, já que envolvem gastos com equipe médica, enfermaria, exames laboratoriais, leitos, entre outros. A recomendação dada aos pacientes é de que procurem atendimento no Hospital da Unimed e demais unidades credenciadas.

O coordenador do PS do Hospital de Coração disse que a negociação entre diretorias das unidades e Unimed já corre há certo tempo e que o plano sabia que, se não fosse chegado a um acordo de reajuste dos valores, os atendimentos seriam suspensos no início de agosto. Manoel Messias diz que o valor do atendimento se torna ainda mais inviável devido aos clientes da Unimed serem a maior demanda nas unidades, correspondendo a cerca de 50% dos atendimentos de urgência feitos. "Preferimos não atender ao convênio e manter a qualidade dos serviços, do que continuar atendendo de forma inviável aos pacientes".

Em nota, a Unimed Natal informou que foi pega de surpresa na tarde do dia 31 de julho ao receber uma carta assinada pelos diretores dos hospitais do Coração, São Lucas e Promater comunicando a suspensão dos serviços de pronto-socorro em suas unidades, a partir de agosto. Segundo o plano, a decisão é unilateral e fere as cláusulas contratuais entre a cooperativa e os hospitais credenciados, que prevê a obrigação de comunicação prévia de, pelo menos, 30 dias para o cancelamento da prestação de serviços.

Sem previsão de retomada dos atendimentos aos conveniados da Unimed nos três hospitais, a cooperativa informou que está ampliando sua estrutura hospitalar própria, além de contar com o reforço de outros hospitais parceiros para atender a essa nova demanda, como o Natal Hospital Center, Papi e Policlínica, por exemplo. A Unimed Natal assegura, em nota, que em nenhum momento descumpriu qualquer acordo prévio ou item contratual com os hospitais credenciados e que está se esforçando para assegurar aos seus usuários um atendimento de pronto socorro de qualidade.

 

A diretoria da Promater informou que, por enquanto, não irá se pronunciar sobre o caso. A reportagem do Diário de Natal tentou contatar a Casa de Saúde São Lucas, mas não obteve resposta nos telefones informados.José Augusto recomenda que os usuários prejudicados pelos três hospitais procurem o atendimento no pronto-socorro do Hospital da Unimed.