Dias de afastamento escolar podem representar grandes prejuízos ao processo de aprendizagem de qualquer criança. Pensando naquelas que precisam ficar internadas por períodos prolongados, o Hospital Maria Alice Fernandes integra desde 2010 o Programa Classe Hospitalar.

O programa consiste no atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde. O Classe Hospitalar é realizado em parceria com as Secretarias Municipal e Estadual de Educação e conta com um quadro de quatro professores, distribuídos em dois turnos.

De acordo com Ana Lúcia, professora e coordenadora do projeto no hospital, o programa atende alunos do 1º ao 5ª ano do Ensino Fundamental. O conteúdo é ministrado de acordo com a grade curricular disponibilizada pela escola de origem da criança.

Ana Lúcia explica que para a realização das atividades as professoras fazem uso de jogos, música, DVDs, pinturas, leituras entre outros atrativos.

“As aulas são realizadas de forma lúdica e divertida e exploram o dia a dia da criança e a forma como ela percebe o mundo ao seu redor”, explica a coordenadora pedagógica.

As lições são direcionadas para cada aluno, uma vez que o programa atende crianças de diferentes níveis escolares. A coordenadora explica ainda que há situações em que as crianças não têm condições de se locomover até a sala de aula.

“Nestes casos, a explicação ou tarefa é realizada no próprio leito da criança. Lúcia revela que dentre as atividades que mais agradam aos pequenos estão as aulas de pintura e de leitura”, acrescenta.

Para Graziela Soares, de apenas 12 anos, uma das pacientes atendidas pelo programa diz que se sente aliviada, pois assim ela não vai se prejudicar com a ausência nas aulas da escola. “As aulas são ótimas, gosto muito das professoras e tem horas que até esqueço que estou em um hospital”, disse.

Dificuldades

Para a coordenadora, a maior dificuldade é a comunicação com as escolas de origem das crianças. Ela revela que muitas escolas ficam no interior e que a comunicação entre os professores do programa e as escolas fica prejudicada pela falta de informatização da maioria das instituições de ensino.

“São algumas coisas que ainda precisam ser aperfeiçoadas para que o programa consiga atender as necessidades educacionais das crianças da forma mais adequada possível”, disse.

Outros projetos

Além do Classe Hospitalar, o Hospital Maria Alice Fernandes desenvolve ainda outros dois projetos voltados para o bem-estar das crianças atendidas pela unidade de saúde.

Os projetos são a brinquedoteca e a cirurgia feliz. De acordo com o diretor do hospital Wilson Cleto de Medeiros, os projetos surgiram da necessidade de oferecer às crianças atendidas um ambiente hospitalar menos pesado.

“As crianças geralmente tem a ideia de que o hospital é um ambiente triste ou que causa medo. Esses projetos existem justamente para desmistificar isso na cabeça dos pequenos”, explicou.

A brinquedoteca consiste na realização de atividades lúdicas para o bem-estar das crianças, reunindo também os pais, que participam de jogos, oficinas de artesanato e teatro.

O cirurgia feliz consiste em atividades recreativas realizadas momentos antes das crianças entrarem no centro cirúrgico. “Isso facilitou muito o trabalho da equipe médica, pois as crianças entram para a cirurgia mais relaxadas e tranquilas”, disse o diretor.

Reprodução: portalnoar.com