3201 5491

FALE COM A GENTE

ÁREA DO COOPERADO

Implante transparente viabiliza tratamentos de luz no cérebro

Geral

07.09.2013

Um implante que faz as vezes de um "osso transparente" pode ser a tecnologia que faltava para tratamentos menos invasivos no cérebro.

A tecnologia acaba de ser criada por Yasaman Damestani e seus colegas da Universidade da Califórnia em Riverside (EUA).

Implantando uma seção do crânio que seja transparente permitirá que os médicos apliquem terapias ópticas, baseadas em laser ou em outros tipos de luz para ativar seletivamente partes do cérebro.

Já existem diversos tratamentos neurológicos em desenvolvimento nos quais os compostos químicos – os medicamentos tradicionais – são substituídos por luz- um campo de estudos conhecido como fotônica.

Mas isso hoje envolve cirurgias arriscadas ou mesmo a injeção de microLEDs para gerar a luz dentro do cérebro.

Pesquisadores já usaram luz para controlar o cérebro de macacos e demonstraram que neurônios individuais podem ser desligados com luz.

Estudos comportamentais indicam também que a ansiedade pode ser controlada com a aplicação direta de luz no cérebro, e até que luz no ponto certo do cérebro melhora a motivação.

Implante transparente para o cérebro

Agora esses estudos poderão ter um novo avanço graças a um novo material biocompatível e resistente e que agora se tornou transparente.

Já houve várias tentativas de fabricar próteses e implantes ósseos transparentes para o crânio, mas Damestani e seus colegas tiveram a ideia de pegar um material já sabidamente "aceitável" pelo organismo humano e torná-lo transparente manipulando sua estrutura atômica.

O material agora é conhecido como YSZ, iniciais dos elementos químicos que compõem a zircônia estabilizada com ítria, já usada em implantes para quadris e coroas dentárias.

"[A prótese transparente] é um primeiro passo crucial rumo a novos conceitos que estamos desenvolvendo, cujo objetivo é desenvolver formas clinicamente viáveis para acessar visualmente o cérebro quando necessário, em áreas amplas, de forma recorrente, sem a necessidade de craniectomias," afirmam os cientistas em seu estudo.

O principal foco da pesquisa agora envolverá novos tratamentos a laser para pacientes de câncer e AVC (derrames), que frequentemente requerem acesso ao cérebro.

Essas terapias são limitadas porque, atualmente, a cada aplicação, uma parte do crânio precisa ser removida e recolocada, com todos os riscos envolvidos nesse tipo de cirurgia.

Fonte: Diario da Saúde