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23.08.2010

DIÁRIO DE NATAL – 23-08-2010

Secção: Saúde

Por: Paloma Oliveto

Link:  http://www.diariodenatal.com.br/2010/08/22/saude1_0.php

Publicado no dia 22/08/10

 

PESQUISA PROMISSORA

Proteína que elimina o ferro em células poderá evitar a quimioterapia e cirurgias em mulheres com câncer de mama
 

Os tratamentos invasivos e o excesso de drogas tóxicas utilizados regularmente no combate ao câncer de mama podem ser substituídos, no futuro, por uma terapia bem menos agressiva. Uma equipe de cientistas do Centro Médico da Wake Forest University Baptist (WFUBMC, sigla em inglês), nos Estados Unidos, descobriu que níveis baixos de ferroportina, a única proteína conhecida que tem a função de eliminar o ferro presente nas células, estão associados às formas mais graves e recorrentes de tumores malignos nas mamas.
 

O estudo traz a esperança de que seja possível prever se um câncer poderá reincidir, com base nos níveis de ferroportina identificados no organismo. De acordo com os autores, a descoberta poderá ajudar as mulheres com dosagens excessivas dessa proteína a evitar tratamentos cirúrgicos ou quimioterápicos. "A quantidade de ferroportina pode nos ajudar a predizer se mulheres que tiveram câncer de mama voltarão a sofrer com o problema", disse Frank M. Torti, diretor do Centro de Estudos sobre o Câncer da WFUBMC, e principal autor do artigo.

Segundo Torti, a medição dos níveis de ferroportina no sangue poderá também ajudar a desenvolver uma nova terapia para pacientes com câncer de mama. "Existe um grupo de mulheres com alto risco de ter câncer de mama e que possuem altos níveis de ferroportina. Acredito que podemos conseguir ajustar nossos tratamentos de forma que essas pacientes evitem a quimioterapia. A capacidade de predizer quais mulheres poderão se beneficiar com outra terapia seria um grande avanço", observa Torti.

Para chegar às descobertas descritas no artigo, a equipe de Torti realizou diversos experimentos no laboratório da WFUBMC. A partir da hipótese de que a dosagem de ferro fica alterada em pacientes com câncer de mama e que essa alteração pode ser uma peça importante no mecanismo de desenvolvimento do tumor, os cientistas, primeiramente, examinaram células humanas de câncer de mama e descobriram que, nelas, havia uma significativa redução da ferroportina, comparando-se a célulasmamárias saudáveis.

De acordo com Torti, há uma série de mudanças genéticas e protéicas nas células cancerígenas. Por isso, os pesquisadores passaram a investigar se a redução da ferroportina nessas estruturas contribuíam diretamente para o crescimento do câncer, ou se a alteração era apenas uma consequência da doença. Para fazer isso, os cientistas aumentaram artificialmente a quantidade de ferroportina, próximo aos níveis normais presentes em pessoas saudáveis, em linhagens de células cancerígenas agressivas.

Entenda a doença

Sintomas

Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Surgem alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante à casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.

Fatores de risco

l História familia, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. Corresponde a 10% do total de casos

l Idade avançada

l Menarca precoce

l Menopausa tardia (após os 50 anos de idade)

l Ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos

l Nuliparidade (não ter tido filhos)

l Ingestão regular de álcool

l Exposição a radiações ionizantes

Anticoncepcionais

Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.

Exame clínico das mamas

Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1cm, se superficial. O exame clínico das mamas deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso para Controle do Câncer de Mama. A sensibilidade do ECM varia de 57% a 83% em mulheres com idade entre 50 e 59 anos, e em torno de 71% nas que estão entre 40 e 49 anos. A especificidade varia de 88% a 96% em mulheres com idade entre 50 e 59 anos e entre 71% e 84% nas que estão entre 40 e 49 anos.

Mamografia

Ainda é a mais importante técnica de imagem para as mamas. Trata-se do método de sobreposição de imagens capaz de avaliar a maioria das alterações clínicas mamárias.

Ultrassonografia

É o principal método complementar da mamografia. Suas principais indicações: diferenciar e caracterizar nódulos sólidos e cistos identificados pela mamografia ou pelo exame clínico; orientar procedimentos na mama, além de avaliar pacientesjovens, gestantes ou lactantes com alterações clínicas na mama.

Ressonância

Está sendo cada vez mais utilizada como método adjunto da mamografia e da ultrassonografia. O exame consiste no uso do magnetismo e ondas de rádio para criar múltiplas imagens da mama de todos os ângulos possíveis.