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Jornalista chama médicas cubanas de "empregadas domésticas"

Geral

29.08.2013

Uma jornalista do Rio Grande do Norte provocou uma polêmica ao publicar um texto preconceituoso na internet. Micheline Borges escreveu no seu perfil em uma rede social uma crítica à contratação de médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil. Ela disse que as médicas cubanas parecem empregadas domésticas.
Micheline escreveu a seguinte frase: “Me perdoem se for preconceito, mas essas médicas cubanas têm uma cara de empregada doméstica. Médico, geralmente, tem postura e se impõe a partir da aparência". Ela também questionou se os profissionais cubanos entendem de dengue e febre amarela.
A declaração teve reação imediata nas redes sociais. Uma mulher perguntou:"Desde quando aparência tem a ver com competência? Desde quando empregada doméstica tem uma cara? Médico e jornalista têm cara? Tá na cara que alguém é bombeiro ou farmacêutico?". A jornalista ainda rebateu, perguntando se a pessoa vai trabalhar descabelada, de chinelos e sem lavar a cara.
"Como eles qualificam os pobres e se é que você pode qualificar… Dizer que uma empregada doméstica é desqualificada? É um trabalhador como outro qualquer, um trabalhador que dá sua contribuição, inclusive no espaço muito importante do lar, da família", diz o sociólogo Geraldo Magela.
O Sindicato das Empregadas Domésticas do Rio Grande do Norte criticou as declarações de Micheline Borges, considerou os comentários preconceituosos e disse que vai processar a jornalista.
A equipe do Jornal Hoje tentou gravar entrevista com a jornalista, mas o porteiro do condomínio disse que ela não nos atenderia porque está abalada com a repercussão do caso. Em entrevista por telefone ao G1, o portal de notícias da Globo, a jornalista pediu desculpas, disse que foi mal interpretada, mas admitiu que fez "um comentário infeliz". Ela afirmou que não tem "preconceito com ninguém, não quis atingir ninguém, nem ferir a imagem nem a profissão de ninguém".
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Rio Grande do Norte afirmou que defende o jornalismo responsável e o exercício livre da profissão, mas não pode admitir nenhum tipo de preconceito.

Fonte: G1