Em entrevista exclusiva à TRIBUNA DO NORTE, ontem, o secretário de Saúde de Natal, Luiz Roberto Fonseca, afirmou que o município pretende convocar 150 agentes de endemias concursados, nos próximos meses. “A gente quer fechar a questão do impacto financeiro nos próximos 15 dias e começar a primeira convocação agora em junho”, disse. Segundo ele, esse número já supriria o déficit que o município tem hoje.

Atualmente, segundo o Centro de Controle de Zoonoses, existem 242 agentes de endemias em Natal e 43 supervisores. No total, o concurso tem vagas para 265 agentes, segundo o secretário. Os demais aprovados dentro do número de vagas deverão ser convocados no decorrer do período de validade do concurso, dois anos prorrogáveis por mais dois à critério da administração pública. Os agentes de endemias são responsáveis pelo combate casa a casa de vetores de doenças, tendo a dengue como a principal. Na mesma leva, devem ser convocados 138 agentes de saúde comunitários. No total, o concurso tem 488 aprovados.

Para o secretário de Saúde de Natal, a falta de recursos humanos é a principal dificuldade que o município enfrenta no combate à dengue. “Não temos problemas de financiamento. O Ministério da Saúde financia bem essas ações de promoção e prevenção. O nosso grande entrave era os recursos humanos”, disse ele. O concurso teve início em meados de 2014, mas foi judicializado em função do percentual de pessoas com deficiência previsto no edital e chegou a ser extinto. Depois de negociação com o Ministério Público, autor da ação, foi retomado. O principal argumento do município foi a situação de epidemia.

Na avaliação de Luiz Roberto ca, mesmo que os agentes tivessem sido convocados ainda no ano passado, dificilmente teria se evitado a epidemia. “A doença é cíclica, geralmente ela tem um ano de pico e dois a três anos de baixa. É possível que se tivesse evitado, mas é pouco provável”, declarou.

Reprodução: Tribuna do Norte