3201 5491

FALE COM A GENTE

ÁREA DO COOPERADO

Mais de 30% dos homens não têm hábito de acompanhar sua saúde, diz pesquisa

Geral

19.08.2016

Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, em agosto, mostra que 31% dos homens brasileiros não tem o hábito de ir aos serviços de saúde para acompanhar seu estado de saúde e buscar auxílio na prevenção de doenças e na qualidade de vida. Segundo o estudo, os homens pensam que não ficam doentes ou têm medo de descobrir doença, além de sentirem que esse cuidado pode interferir na sua imagem de cuidado com a família.

Uma das respostas mais comuns entre os homens (55%) é dizer que não buscaram os serviços de saúde, pois nunca precisaram. Essa falta de cuidado, no entanto, esconde uma crescente consequência para a maioria dos brasileiros: eles morrem mais cedo do que as mulheres e de doenças que poderiam ser prevenidas, como acidentes vasculares, infartos, cânceres e doenças do aparelho digestivo.

Ministro da Saúde: homens procuram menos médico por trabalharem mais que mulheres

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que "saúde é importante para que os homens participem ativamente das atividades familiares".

— Nossa chamada é para que os pais procurem os serviços e recebam orientações para cuidar de sua saúde e prevenir doenças, como manter as vacinas em dia. Filhos, lembrem seus pais de cuidar regularmente da saúde. Esse será o melhor presente para toda a família.

Guia de saúde

O Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira o Guia do Pré-Natal do parceiro e o Guia da Saúde do Homem para agente comunitário de saúde. O objetivo é aproveitar o momento em que o homem está mais próximo do serviço de saúde, acompanhando sua parceira no Pré-Natal, para que ele adote hábitos saudáveis e realize exames preventivos. Como a chegada de um filho traz mudanças à família, a ideia é despertar nos futuros pais a necessidade de adoção de medidas preventivas que lhe garantam um futuro ao lado dos filhos.

Francisco Norberto, coordenador da saúde do homem, informou que " alguns pilotos de capacitação com profissionais de saúde já foram feitos na Bahia, São Paulo e Paraná. Nossa ideia é mostrar a forma triangular da família e sair daquele binômio mãe e filho.

— Algumas unidades de saúde já atendem em horário ampliado para atrair os homens.

A pesquisa mostrou ainda que, apesar do pré-natal da parceira ser o momento em que o homem está mais próximo do serviço de saúde, ele ainda é pouco aproveitado pelos profissionais. A maioria dos homens (80%) disse que acompanhou a parceira nas consultas de pré-natal, mas 56% disseram que o atendimento teve foco apenas nas orientações para a gestante.

Sobre a realização de exames, 84,6% dos pais não realizaram nenhum durante o pré-natal. Os exames mais pedidos para os que realizaram foram tipagem sanguínea (70,4%), seguido da sorologia para HIV e hemograma. Também foi alto o percentual de homens que informaram que não atualizaram o seu cartão de vacinas – 64%. Quanto às orientações sobre planejamento familiar, 61% relataram ter recebido atendimento nos serviços de saúde.

A pesquisa foi realizada por telefone em 2015, com mais de 6.000 homens cujas parceiras fizeram parto no SUS. Dentre os participantes, 80% tinham entre 20 e 39 anos e 67,3% afirmaram ter renda entre 1 e 2 salários mínimos. Quase metade (49%) relataram que são casados e apenas 36,9% possuíam nível médio completo.

O Ministério da Saúde também lançou com a Avasus um curso a distância chamado Pai Presente – Cuidado e Compromisso. O curso é voltado para todos os pais que querem viver uma paternidade ativa e consciente. Quem tiver interesse, o endereço é https://avasus.ufrn.br/

Falta de cuidados

O resultado da busca tardia pelo serviço de saúde é que, em média, os homens vivem sete anos a menos que as mulheres. Segundo a última pesquisa do IBGE, enquanto a expectativa de vida dos homens alcançou 71 anos, entre as mulheres, a expectativa é de 78 anos. As causas que mais matam os homens são as externas, (acidentes de trânsito, violências), seguido de doenças do aparelho circulatório, neoplasias e aparelho digestivo. Ou seja, males que, se conhecidos no estágio inicial, podem ser prevenidos ou controlados.

Dados do Vigitel 2015 mostraram ainda outros problemas de saúde. No quesito da nutrição, 57% dos homens têm sobrepeso e 18% estão obesos, 25% deles consomem bebidas alcóolicas, 13% deles fumam e apenas 31% consomem regularmente frutas e verduras.
O governo brasileiro foi o primeiro das Américas a desenvolver e executar uma política exclusiva para homens. Atualmente, além do Brasil, apenas a Austrália e Irlanda apresentam uma política com a mesma finalidade.

Fonte: R7