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Malária pode causar abortos e partos prematuros, aponta pesquisa da Ufac

Geral

16.09.2014

Um projeto de pesquisa realizado pela Universidade Federal do Acre (Ufac), coordenado pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), avalia o impacto da malária em gestantes. A pesquisa revela que a doença está causando abortos e partos prematuros, além de outras complicações às mães e aos bebês.

A fase de coleta de material do projeto está sendo realizada em Cruzeiro do Sul (AC), que há anos vive um quadro de epidemia de malária. A pesquisa faz parte da tese de doutorado do professor Rodrigo Medeiros, da Ufac, e da enfermeira Jamille Dombrowski, da USP. Os pesquisados acompanharam até agora 363 gestantes que contraíram malária, destas 120 foram infectadas pelo parasita Plasmodium falciparum, 189 pelo Vivax e 54 pelos dois tipos. Seis casos de aborto e 12 partos prematuros foram realizados por consequência da malária, segundo avaliação dos pesquisadores.

Outras 211 gestantes que não contraíram malária também estão sendo acompanhadas para servir de comparativo. “Quase 80% das mulheres que contraíram malária causada pelo Plasmodium vivax tiveram duas ou mais infecções e isso é preocupante. Esse plasmodium não pode ser visto pelos profissionais de saúde como a malária benigna, às vezes existe uma preocupação que apenas a malária causada pelo plasmodium falsiparum é grave, mas o outro tipo está causando mais complicações”, alerta o professor Rodrigo Medeiros.

As gestantes são acompanhadas durante o pré-natal com visitas domiciliares e no momento do parto, onde o bebê também é avaliado. Todo material colhido será levado para o Instituto de Ciências Biomédica da USP para ser analisado sob a coordenação do professor Claudio Marinho, que desenvolve no mesmo projeto sua tese de pós-doutorado.

O resultado do projeto que deve ser concluído em um ano e três meses, segundo Rodrigo Medeiros, pode ajudar em novos métodos de atendimento a mulheres grávidas que contraírem malária e até inserir o exame para a doença nas consultas de pré-natais.

“Existem muitos casos de malária que não apresentam sintomas na gestante, enquanto isso, a criança pode estar sendo prejudicada, por isso é importante fazer o exame. Outro ponto é que podemos apresentar proposta ao Ministério da Saúde sobre os medicamentos, sugerindo outra medicação que não cause tanto impacto a gestante que contrair malária”, explica.

Ao todo 12 pessoas trabalham no projeto com previsão de ser concluído em mais de um ano e mesmo em andamento venceu o Prêmio Jovem Pesquisador 2014, durante o 50° Congresso de Medicina Tropical realizado em Rio Branco, no final do mês de agosto.

Fonte: G1