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Médicos lutam por reajuste nos valores dos plantões

Geral

15.01.2015

O Sindicato dos Médicos no Rio Grande do Norte (Sinmed/RN), através de acordo coletivo com a categoria e cooperativas do Estado, definiram proposta de reajuste na remuneração paga aos pediatras na rede privada. O documento foi elaborado em reunião na última segunda-feira (12) e sugere o valor de R$ 1.500 por plantão, somadas à um pagamento de R$ 5 por atendimento realizado, que representa 10% do valor da consulta. Os novos custos serão debatidos juntos aos hospitais, porém, ainda não há data definida para isto ocorrer.

Segundo o Sinmed, atualmente, não há tabela de preços para os serviços de pediatria, o que dificulta a distribuição de profissionais na rede pública e privada. Em Natal, a remuneração dos profissionais por plantão chega a variar R$ 800,00 a R$ 1.200,00, dependendo do hospital.

Além do reajuste salarial, a categoria reivindica novos critérios de atendimentos. Segundo o sindicato, os profissionais atendem entre 50 e 60 crianças por plantão (12h). Pela nova proposta, cada pediatra realizaria de 3 a 4 consultas por hora, qualificando a atenção aos pacientes e diminuindo a demanda excessiva, por exemplo, no pronto-socorro Sandra Celeste, único da capital a atender urgência.

A reunião, que contou com a presença de representantes da obstetrícia no Estado, da Sociedade de Psiquiatria do RN (Sopern), da Coopanest e de médicos dessas especialidades, ocorreu após a situação no hospital PAPI (Pronto Socorro e Clínica Infantil de Natal) chegar ao limite no último domingo (11). Por atrasos de salários, os pediatras não se apresentaram para trabalhar. Sem pessoal para completar a escala, a instituição não teve como realizar as consultas e foi obrigada a encaminhar os pacientes para outros hospitais, o que gerou insatisfação e transtornos.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no PAPI na tarde de ontem (14) e foi informada que o atendimento já foi normalizado. Ainda segundo representantes do hospital, não haverá mais paralisação nas consultas oferecidas pela instituição. A notícia também foi confirmada pelo Sinmed, conforme o acordo proposto na reunião, o sindicato garantiu que não haverá falta de profissionais durante as negociações com os hospitais.

O problema da pediatria no Rio Grande do Norte, segundo a Sopern, está relacionada à falta de atrativos que garantam o interesse dos pediatras no mercado regional. Conforme levantamento do órgão, a cada ano são formados 16 novos pediatras nas residências em Natal. No entanto, a maioria dos profissionais são oriundos de outros estados e deixam o RN após a conclusão dos estudos, o que dificulta a manutenção das vagas nos hospitais potiguares.

Apesar disso, o presidente da Sopern, Nivaldo Júnior, assegura que não há déficit de pessoal na rede metropolitana. “Não faltam pediatras, há um grande número atendendo em clínicas populares, locais que são melhor remunerados que em planos de saúde. Também não há atrativos em atuar na rede pública, uma vez que não se tem uma estrutura adequada de encaminhamento de pacientes, atendimentos cirúrgicos”, explicou.

A valorização profissional cobrada, segundo a categoria, justifica-se pela necessidade constante de cursos de atualização e a abrangência dos atendimentos, já que a área exige domínio de outras vertentes da medicina, como nutrição e psicologia. Além disso, o auxilio aos pacientes se estende do nascimento até a adolescência.
 

Fonte: Tribuna do Norte