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NATAL: PÍLULA ANTICONCEPCIONAL COMPLETA 50 ANOS DE EXISTÊNCIA

Geral

23.08.2010

CORREIO DA TARDE – 23-08-2010

Secção: Correio Natal

Por: Andressa Amador

Link:  http://www.correiodatarde.com.br/editorias/correio_natal-57104

Publicado no dia 21/08/10

 

PÍLULA ANTICONCEPCIONAL COMPLETA 50 ANOS DE EXISTÊNCIA

A pílula anticoncepcional comemorou 50 anos de existência desde sua aprovação em 1960. Margaret Sanger e Katharine McCormick são as feministas responsáveis pelo incentivo as pesquisas que buscavam dar à mulher condição de controlar o desejo e a hora de ser mãe, uma grande reviravolta no mundo comandado por homens.

As pílulas são distribuídas gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e Unicat (Unidade Central de Agentes Terapêuticos), nos hospitais da rede estadual e postos de saúde dos municípios do Estado. Os únicos contraceptivos não oferecidos gratuitamente são: DIU de progesterona e implante de progesterona. Todos os outros injetáveis, orais, DIU de cobre e camisinha, estão disponíveis.

A presidente do Comitê de Mortalidade Materna no Estado, Maria do Carmo Lopes de Melo informou, em entrevista ao CORREIO DA TARDE, que o Programa de Saúde da Família (PSF), fruto da parceria do Governo Federal e Estadual, tem cadastrado um número significativo de mulheres, inclusive na zona rural, para a distribuição gratuita de anticoncepcionais.

"Graças à televisão, que alcança até as regiões mais remotas dos Estados, as mulheres estão mais informadas. A idéia de ter tantos filhos quanto fosse à vontade de Deus já não é praticada. O número de gestações não programadas vem diminuindo. Só engravida quem quer", constatou Maria do Carmo.

O anticoncepcional em pílula e injetável ajuda as mulheres a ter o controle do próprio corpo, pois existem casos nos quais os maridos, namorados ou companheiros não aceitam manter relações sexuais com suas parceiras usando camisinha. Com o método a mulher pode evitar a gravidez, sem o conhecimento do parceiro, porém é preciso que o tratamento seja feito sem interrupções. Ou seja, que a mulher ingira a pílula diariamente.

O primeiro país a comercializá-la foi os Estados Unidos. Desde então, mais de dois milhões de mulheres no mundo todo utilizaram o medicamento. Contudo, o grande desafio é atingir os países em desenvolvimento, que enfrentam dificuldades no controle da natalidade. No Brasil, o maior problema ainda é a região Nordeste.

Alguns mitos sobre o anticoncepcional dificultam a adesão a esse medicamento, como por exemplo, a esterilidade após longo período de uso. De acordo com o ginecologista Paulo Roberto Paiva, o uso prolongado dificulta a fertilização, mas não causa esterilidade, pois é natural que ao longo de anos de interrupção da ovulação, o organismo diminua a produção dos óvulos, problema resolvido com medicamentos que estimulam o processo de ovulação no corpo feminino.

Ele relatou que quando o anticoncepcional surgiu, a dosagem hormonal era muito alta, por isso ocorreram casos de dificuldade de concepção após o uso descontinuado. Com o avanço da ciência e conseqüentemente das pesquisas, as pílulas ganharam baixa dosagem hormonal e poucos efeitos colaterais. Porém, é preciso que seja realizada consulta ginecológica para indicação do anticoncepcional que melhor se adequará ao perfil da paciente e que outros métodos contraceptivos sejam utilizados em conjunto, como a camisinha, para evitar doenças sexualmente transmissíveis.