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NATAL: POLICLÍNICAS ESTÃO SEM MEDICAMENTOS

Geral

23.08.2010

TRIBUNA DO NORTE – 23-08-2010

Secção: Natal

Link:  http://tribunadonorte.com.br/noticia/policlinicas-estao-sem-medicamentos/157520

Publicado no dia 22/08/10

 

POLICLÍNICAS ESTÃO SEM MEDICAMENTOS

Oito meses. Quase uma gestação completa é o tempo que o laboratório da Policlínica de Neópolis fechou as portas, após um incêndio na rede elétrica em 20 de janeiro. Na Policlínica da zona Norte, exames laboratoriais estão restritos a hemogramas porque a máquina de análises bioquímicas deixa a desejar e os kits utilizados nos exames estão em falta. “Até luvas, água sanitária para limpeza do material, faltam”, diz um dos funcionários.

Para se ter uma ideia dos prejuízos à população, basta saber que o laboratório da zona Norte recebia diariamente uma média de 200 requisições com até cinco exames cada, e hoje não passa de 20 solicitações por dia. São 23 tipos de exames suspensos, entre eles glicose, colesterol e ureia. “É difícil dizer não à comunidade tendo mão de obra especializada e equipamentos disponíveis”, disse uma das bioquímicas do local.

Já em Neópolis, após o susto na rede elétrica da Policlínica, a medida tomada pela Secretaria Municipal de Saúde foi trocar o disjuntor e redimensionar a rede. “Mas não é o suficiente para reativar o laboratório, que tem equipamentos muito sensíveis a qualquer alteração na energia. O fornecimento tem que estar 100% para evitar problemas”, diz o gerente técnico da unidade, Júlio Café.

Para tentar driblar o problema nas duas unidades, os pacientes são orientados a procurar outros centros, como é o caso do José Carlos Passos, na Ribeira, zona Leste. O contratempo de ter que fazer o exame em uma unidade longe de casa acaba interferindo na data de retorno ao médico que solicitou os resultados.

Medicamentos

A dificuldade de realizar exames simples de saúde não é o único problema que os pacientes das unidades enfrentam: a falta de medicamentos é constante. Na Policlínica da zona Norte lideram a lista de ausência na farmácia da unidade os anticonvulsivantes e os antidepressivos, como é o caso do carbamazepina e  amitriptilina, respectivamente. A estudante Sâmia Rodrigues buscou a farmácia da unidade para adquirir remédios para a sinusite, mas um deles estava em falta.

“Se for caro, vou deixar para comprar no mês que vem”. Já o aposentado André Nascimento conta que por três meses deixou de adquirir gratuitamente na rede a carbamazepina. “Foi um aperto ter que comprar”, disse o morador da comunidade Beira Rio, no conjunto Potengi. “Alguns desses remédios são mais baratos, como o de combate a verminoses, mas os psicotrópicos não, e a maioria dessa demanda é de aposentados, pessoas carentes”, conta uma atendente da unidade.

Ela relata que já foi ameaçada por pacientes perturbados, quando informou a falta do remédio que procuravam. “Além de lidarmos com pessoas com uma série de problemas, mentais e outros, não temos mais a segurança da guarda municipal, suspensa na unidade desde janeiro”, desabafa.

SMS quer readequar rede de distribuição e abastecimento

Centralizar o serviço de diagnóstico em núcleos que irão abastecer as unidades de saúde, que servirão como pontos de coleta do material para exames. Implantar um sistema virtual que permita monitorar  a aquisição, o condicionamento e a distribuição de medicamentos nas unidades de saúde. Essas são as saídas que a  SMS informa estar implantando para acabar em definitivo com a deficiência de exames e medicamentos na rede municipal.

Enquanto o novo sistema não fica pronto, cujos detalhes o secretário Tiago Trindade promete dar em breve, a secretaria toma como medida emergencial a licitação de novos medicamentos.  “Temos hoje 82 unidades para abastecer e não há o mínimo controle das necessidades de cada uma. Falta equilíbrio na logística”, explica. 

Os laboratórios centrais vão funcionar no Hospital Leide Morais, Hospital dos Pescadores, Policlínica José Carlos Passos e Unidade Infantil Sandra Celeste. “Vamos relocar os bioquímicos e funcionários dos laboratórios para estes locais”, explica Trindade. Com relação aos remédios, a ideia é interligar toda a rede e acabar com as atuais requisições de abastecimento via documento de papel. “Tudo será informatizado, e será possível calcular a demanda de cada unidade”. O secretário disse ter visitado a Policlínica de Neópolis e verificou que a rede elétrica está comprometida. “É um problema antigo que só estourou agora com a aquisição de novos itens, como ar condicionado, que sobrecarregou a rede. Mas estamos contratando de uma empresa que revisará a rede elétrica”.