NATAL: VÍRUS ATACA GRUPOS ETÁRIOS DIFERENTES
Geral
03.08.2010
DIÁRIO DE NATAL – 03-08-2010
Secção: Saúde
Link: http://www.diariodenatal.com.br/2010/08/03/saude1_1.php
Publicado no dia 03/08/10
VÍRUS ATACA GRUPOS ETÁRIOS DIFERENTES
A análise dos períodos de entrada do vírus e a idade de seus portadores também revelaram que os subtipos atingem grupos etários diferentes. Enquanto o subtipo 1b não apresentou estratificação etária, os dois mais recentes circulam entre pessoas nascidas em uma mesma época, afirmam os pesquisadores.
Outra descoberta muito importante foi que o tamanho da população do estado de São Paulo no momento da entrada do vírus também parece ter sido crucial para determinar a sua força de crescimento, de acordo com a pesquisadora. "Isso foi inédito no sentido de que não é esperado que um vírus que é transmitido primariamente por sangue contaminado sofra impacto da densidade populacional na sua transmissão", explica Camila.
Já os dados sociológicos revelados pelos questionários ajudaram nas conclusões sobre o perfil dos portadores e os prováveis fatores que levaram à transmissão diferenciada dos três subtipos mais prevalentes. "Entre as pessoas que já tiveram 50 ou mais parceiros, os chamados altamente conectados, o subtipo 1a é o mais presente. Quando vemos o comportamento dos mais conectados – aqueles com maior exposição a fatores de risco como tatuagens, piercings, drogas injetáveis e não injetáveis e sexo desprotegido – percebemos que ele é bastante diferente. Enquanto quem teve poucos parceiros, cinco ou menos, apresentou como comportamento de risco mais comum a transfusão sanguínea antes de 1993, os altamente conectados usaram mais drogas injetáveis, já foram presos mais vezes, e muitos nunca usaram camisinha – o que reflete na quantidade deles que já teve alguma doença sexualmente transmissível", explica Camila.
A forma de transmissão do vírus, entretanto, ainda não está totalmente compreendida, mas já se sabe que ele está crescendo e aproveitando novas chances de se transmitir entre os grupos de indivíduos suscetíveis e expostos a vários fatores de risco. "Como a melhor estratégia ainda é a prevenção, precisamos aumentar nosso entendimento de como o HCV está aproveitando as redes sociais para se espalhar", explica.