Ortopedia terá triagem de pacientes
Geral
17.01.2014
Após sofrer um acidente de moto, Joice da Silva Régis, 13, foi levada à UPA Pajuçara pelo seu pai, Carlos Régis, 48, mergulhador. Como não há ortopedia na unidade, encaminharam para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Eles chegaram no último domingo, 12, quando seu braço foi imobilizado e agora esperam uma vaga para cirurgia. Este é um caso particular, mas que não deverá mais ser encontrado no hospital. A partir de hoje, por decisão da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap), a porta de entrada para o atendimento ortopédico de urgência e emergência nos hospitais estaduais Walfredo Gurgel e Deoclécio Marques, em Parnamirim, será regulada. Isso quer dizer que serão atendidos somente os casos de alta complexidade.
A medida se faz necessária vez que o número de ortopedistas para plantão nos hospitais irá diminuir. Até então, no Hospital Walfredo Gurgel, referência estadual nesse tipo de atendimento, trabalhavam três ortopedistas por turno; e no Deoclécio Marques trabalhavam quatro profissionais no período diurno e três no noturno, e três nos finais de semana. Agora, serão dois plantonistas por turno, para cada um dos hospitais.
No Hospital Walfredo Gurgel são realizados cerca de 50 atendimentos ortopédicos e uma média de 180 a 200 cirurgias emergenciais por dia. Já no Deoclécio, segundo Elizabeth Carrasco, diretora da unidade, são atendidos em média 70 pacientes por dia e 5 cirurgias emergenciais.
Pacientes considerados de baixa complexidade, com torções, fratura fechada, trauma fechado (a depender também do local do ferimento) serão encaminhados para as unidades municipais. Serão atendidas as pessoas com fratura exposta, acidentadas, com tiro, facadas, considerados de alta complexidade, com risco de morte.
A ação é uma tentativa da Sesap em não deixar descoberta a porta de entrada da ortopedia no Walfredo Gurgel, já que a escala dos ortopedistas servidores do Estado finalizou ontem. Com 25 médicos no hospital, divididos em escala de três médicos por plantão, a quantidade foi insuficiente para completar a escala do mês de janeiro. Visto que vários plantões já tinham sido adiantados para complemento da escala de dezembro, que ameaçava ficar em aberto ao final do mês.
Em entrevista coletiva, Luiz Roberto Fonseca, titular da Sesap, disse que estava planejado pela secretaria a incrementação de profissionais através da convocação de mais oito servidores e assim solucionar o fechamento dos plantões. Os médicos não se apresentaram. Outra alternativa seria o aditivo em 25% do contrato com a Coopmed, cooperativa que assiste os plantões ortopédicos no Deoclécio Marques.
“Para surpresa nossa, os próprios profissionais que pediram, se recusaram a fazer pelos valores já pagos”, relata. Paga-se o valor de R$ 1.900 por plantão de 12h e, segundo o secretário, os ortopedistas requisitaram o pagamento de R$ 2.400, o que o secretário denominou como “mecanismo de pressão”. “Não há recurso para fazer o que etão pedindo”, alega o secretário.
Sem 17 médicos estatutários que saíram nos últimos dois anos e sem o aditivo pela Coopmed, a solução encontrada foi dividir os plantões já contratados pela Sesap com a Coopmed, que são no total 225, entre o Walfredo Gurgel e o Deoclécio Marques. Antes, estes plantões eram exclusivos para a unidade de Parnamirim. Sendo assim, até o final deste mês de janeiro trabalham no Walfredo Gurgel apenas ortopedistas da Coopmed.
Fonte: Tribuna do Norte