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Ortopedistas não retornam e atendimento no Hospital Deoclécio Marques permanece suspenso

Geral

09.04.2013

O atendimento ortopédico no segundo maior hospital de urgência e emergência do Rio Grande do Norte, o Hospital Regional Deoclécio Marques de Lucena, em Parnamirim, segue suspenso desde o dia 1º de abril. A expectativa era que os médicos ortopedistas contratados pela Cooperativa dos Médicos do Rio Grande do Norte (Coopmed/RN) retornassem ao trabalho na manhã desta segunda-feira (8), mas não se confirmou. As salas dos consultórios e a recepção da urgência e emergência, que normalmente são lotadas de pacientes, permaneceram vazias durante essa semana e na manhã de hoje não foi diferente. A direção do hospital espera que a partir desta terça-feira (9), os médicos retornem ao trabalho e o atendimento, aos poucos, seja retomado. Os profissionais suspenderam o atendimento por falta de pagamento, já que o Governo do Estado estava com cinco meses de repasse atrasado, além de precárias condições de trabalho.

O Hospital Deoclécio Marques realiza uma média de 250 procedimentos cirúrgicos por mês e mais de dois mil atendimentos. São 25 ortopedistas que trabalham no Hospital pela Cooperativa e apenas três deles são do quadro do Estado, sendo que um está de licença. Estes dois ortopedistas do Estado foram os responsáveis por fazer o acompanhamento dos pacientes internados, medicando e realizando algumas cirurgias. A diretora geral do hospital, Nilzelene Carrasco, conta que conseguiu transferir alguns pacientes para o Hospital Memorial e o Hospital Médico Cirúrgico, tanto que na segunda-feira passada havia 49 pacientes esperando cirurgia ortopédica e hoje eram apenas 17 internados. Destes, nove eram de Parnamirim, sete oriundos do interior do Estado e um de Natal. Dos 42 leitos que dispõe a unidade hospitalar, 25 estavam vazios.

Com a suspensão do atendimento no Hospital Deoclécio Marques de Lucena, toda a urgência e emergência recai sobre o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. No entanto, na manhã de hoje o número de pacientes de ortopedia que estava nos corredores era pequeno, se comparado a outros dias. Havia apenas 17 pacientes no corredor e 10 internados no quarto andar do hospital. Na observação clínica, tinham 47 pacientes em macas nos corredores e 32 pacientes aguardavam uma vaga de leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Nilzelene Carrasco explica que são necessários cinco médicos por plantão para atender a demanda do hospital. Normalmente, pela manhã e à tarde, normalmente, ficam cinco ortopedistas de plantão, sendo dois no Pronto Socorro, dois no Centro Cirúrgico e um responsável pelo acompanhamento dos pacientes internados. À noite, apenas três, que ficam na urgência e emergência. Hoje, a porta de entrada do pronto socorro da ortopedia, que normalmente está lotada, estava vazia. “A nossa expectativa é que amanhã o atendimento seja retomado, mas se não vierem todos os médicos, não poderemos prestar plena assistência e o atendimento será reduzido, pois como somos porta aberta, atendemos urgência e emergência, bem como o atendimento ambulatorial. Os médicos são responsáveis pela evolução dos pacientes internados, pelo centro cirúrgico e pelo ambulatório, além da urgência e emergência”, destacou.

O ortopedista Rogério Santos revela ainda que as condições de trabalho estão longe das ideais no Hospital Deoclécio Marques de Lucena. “O repouso fomos nós, os próprios médicos, que fizemos uma reforma, mobiliamos e até o aparelho de ar condicionado tivemos que comprar. Para um hospital especializado, as condições de trabalho estão bem aquém do esperado. Temos apenas um aparelho de raio-X para atender a demanda e quando quebra ficamos sem atendimento. Além disso, o governo deixou de pagar os fornecedores e o Centro Cirúrgico está sem material, pois as caixas instrumentais, que são necessárias para realizar as cirurgias, foram recolhidas”, afirmou.
O presidente da Cooperativa dos Médicos, Fernando Pinto, disse que o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), sinalizou uma ordem de pagamento por volta das 14h da última sexta-feira (5), mas que até o fim da manhã de hoje, o dinheiro ainda não estava liberado na conta da Coopmed. Para que o atendimento fosse retomado, a Sesap pagou dois meses, referente a dezembro e janeiro, e garantiu que os meses de fevereiro e agosto do ano passado, quando os médicos trabalharam sem contrato, seriam pagos ainda esta semana. “A nossa tendência é que o atendimento seja normalizado esta semana, como esperamos que o Governo cumpra o compromisso de quitar os débitos esta semana”, destacou. A Sesap pagou aproximadamente R$ 1,1 milhão, mas ainda deve R$ 2,450 milhões à Cooperativa.

SAMU METROPOLITANO

Fernando Pinto confirmou que o contrato com A Coopmed referente aos profissionais que trabalham no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Metropolitano foi assinado na última sexta-feira (5), e os médicos já integraram a escala médica do serviço. Hoje à noite terá uma assembleia com os médicos cooperados que trabalham no Samu Metropolitano. Além da renovação do contrato, a Sesap também pagou os meses de setembro do ano passado e fevereiro deste ano, ficando em aberto apenas o mês de dezembro do ano passado, que tem previsão de ser pago ainda esta semana.

“No Samu os médicos retornaram imediatamente, mas no Deoclécio Marques estamos tendo dificuldade para recompor a escala, já que só tínhamos uma assembleia marcada para a próxima quarta-feira (10). Mas estamos entrando em contato com os profissionais para que a escala possa ser feita e que eles retornem ao trabalho o quanto antes”, destacou Fernando Pinto.

O presidente da Cooperativa disse ainda que o contrato para complementação de escalas dos profissionais que trabalham com cirurgias vasculares e no Centro de Recuperação de Operados (CRO) do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel está com o repasse atrasado há dois meses, janeiro e fevereiro.

Fonte: Jornal de Hoje