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Pesquisadores encontram proteína de café que possui efeito semelhante ao da morfina

Geral

28.01.2015

Um estudo divulgado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Embrapa, mostrou a descoberta de pequenos pedaços de proteína no café, que possuem efeito similar ao da morfina, apresentando qualidades ansiolítica e analgésica.

Como continuação dos estudos, os cientistas, em seguida, verificaram que os peptídeos encontrados demonstraram ter mais tempo de duração desses efeitos em experimentos com camundongos. Um pedido de patente de sete peptídeos identificados na pesquisa foi encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi), no final de agosto de 2014.

O estudante Felipe Vinecky, sob coordenação do pesquisador Carlos Bloch Júnior, caracterizou essas moléculas como parte da sua tese de doutorado, realizada no Departamento de Biologia Molecular da UnB e na Embrapa. Ele percebeu os peptídeos quando estava à procura de genes de café associados à melhoria da qualidade do produto, em um projeto desenvolvido em parceria entre a Embrapa e o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad, sigla em francês).

Pesquisadores brasileiros Felipe Vineck e Carlos Bloch Júnior identificaram proteína de café que possui efeito similar ao da morfina.

Felipe e Carlos observaram que algumas sequências gênicas apresentavam fragmentos internos (encriptados), com estruturas semelhantes à de alguns opióides endógenos de humanos, como a encefalina. Sendo assim, decidiram sintetizar análogos estruturais para avaliar experimentalmente suas funções biológicas e efeitos fisiológicos em mamíferos.

Em grande parte da semente do café, no endosperma, um concentrado proteico foi submetido à digestão enzimática in vitro para simular o processo digestivo em humanos e, assim, verificar como poderia ser o processo real de biodisponibilização e atividade final dessas moléculas dentro do organismo.

Posteriormente, foram feitos testes em camundongos, que comprovaram um efeito similar ao da morfina. Porém, foi demonstrado que o tempo de duração do efeito analgésico é significativamente maior, cerca de quatro horas. Nas condições experimentais avaliadas não foram registrados efeitos colaterais.

A pesquisa de proteínas, nas quais são identificados fragmentos internos funcionais, é parte de um novo conceito em desenvolvimento na área de biomoléculas que foi iniciado há mais de uma década, pela equipe do Laboratório de Espectrometria de Massa da Unidade (LEM), patenteado em 2006 e publicado em 2012.

Fonte: R7