Os médicos do município realizaram protesto em frente ao prédio da Prefeitura de Natal, após Carlos Eduardo ter faltado ao encontro marcado com a categoria, na manhã desta terça-feira (05). Em greve há mais de duas semanas, eles pedem a incorporação das gratificações aos salários, para evitar perdas financeiras na aposentadoria e a criação do plano de cargos com evolução salarial em até quatro anos. Na próxima semana, ambos participarão de audiência de conciliação no Tribunal de Justiça.

Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN), Geraldo Ferreira, o intermédio da justiça nas negociações entre as duas partes é positiva e pode ajudar a resolver o impasse de forma mais prática e rápida. Ele disse que o encontro com o prefeito, que deveria ter ocorrido hoje, era uma forma de agilizar alguns tópicos pendentes, mas que a ausência de Carlos Eduardo já era esperada pela categoria.

“Seria uma tentativa de que ele atendesse às nossas reivindicações, mas no final, já sabíamos que ele faltaria, porque é bem típico dele fazer essas coisas. Consideramos isso uma provocação gratuita, porque conhecemos bem o estilo arrogante e prepotente de Carlos Eduardo tratar os servidores, de tentar vencer pelo cansaço. Mas não vamos esmorecer, temos histórico de resistência e vamos continuar a greve até a audiência de conciliação, marcada para o dia 13 de agosto próximo, às 16h”, explicou.

Geraldo disse ainda que as negociações estavam caminhando normalmente, mas que na última reunião com o secretário municipal, houve um retrocesso e que, por isso, o prefeito de Natal se comprometeu a recebê-los, o que não aconteceu. E que os médicos municipalizados, revoltados com o descaso com que estão sendo tratados, organizaram o protesto de hoje.

“O secretário foi incapaz de fazer o diálogo avançar em nosso último contato e ocorreu esse retrocesso que gerou o retorno da greve. Estamos lutando para melhorar a qualidade da saúde oferecida à sociedade natalense e não vamos permitir que o prefeito destrua esse sonho, não vamos aceitar que ele trate a área com descaso e que force os servidores a pedir demissão. Por isso, estamos com uma boa expectativa para a audiência na justiça”, afirmou o presidente do Sinmed/RN.

A greve dos médicos do município de Natal foi iniciada no último dia 26 de maio, mas por causa da realização da Copa do Mundo no Brasil e o fato da capital ter sido uma das cidades-sede dos jogos, teve que ser suspensa por medida judicial durante o evento. Ontem à noite, a categoria voltou a se reunir em assembleia geral e decidiram pela retomada da paralisação, que deve continuar por tempo indeterminado.

Reprodução: Jornal de Hoje