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Prefeitos aprovam medida do Governo

Geral

07.05.2013

 

O presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Benes Leocádio, disse ontem que a importação de médicos pelo governo brasileiro é uma medida positiva e necessária para os municípios do interior que enfrentam problemas de todos os tipos, até mesmo para ampliar ações preventivas, como o Programa Saúde da Família (PSF), por falta de médicos. Ele estima que o RN precisaria hoje de 500 médicos para atender as necessidades mais imediatas da população. “Além disso, a medida serviria para acabar o leilão que existe hoje por falta de profissionais no mercado.” 

Benes, que é prefeito de Lajes, cidade de 10,5 mil habitantes, na região Central, a 120 quilômetros de Natal, lembrou que os gestores municipais são criticados pela imprensa – e pressionados pelo Ministério Público por enviarem pacientes do interior para os centros maiores – geralmente as capitais. Essa prática ficou conhecida como ambulancioterapia. “Com a vinda desses médicos esperamos prestar um melhor serviço e ampliar o atendimento à população no interior.”

De acordo com a Femurn, o mínimo que um médico cobra hoje para trabalhar no interior é um salário de R$ 10 mil, além de algumas vantagens tipo hospedagem e transportes. “No meu município tem profissional que chega a ganhar R$ 18 mil [por mês]”, disse o prefeito, lembrando que os plantões médicos de 24 horas custam hoje R$ 1.400.

No ano passado, as entidades municipalistas elaboraram documento e entregaram à presidenta Dilma Rousseff, sugerindo que o governo federal também arcasse com os custos de contratação desses médicos. “O Ministério Público pressiona as prefeituras para realização de concursos. Em Lajes, já lançamos três editais e não houve interesse por parte dos médicos.”

Não só os pequenos. Os grandes também enfrentam as mesmas dificuldades para a contratação de médicos. Parnamirim, cidade da Grande Natal, com 215 mil habitantes, só conseguiu formar 42 das 75 equipes do PSF. As 33 restantes estão em compasso de espera por falta de médicos. Parnamirim paga R$ 7 mil no PSF e R$ 800 por plantão de 12 horas. Mesmo assim não encontra candidatos. “Nem os recém-formados da UnP estão querendo”, disse o secretário de saúde Márcio Cézar Pinheiro. 

Crítico voraz de arranjos como a contratação de cooperativas e outras formas de “privatização da saúde”, comuns hoje no SUS, Francisco Júnior, membro do Conselho Nacional de Saúde considera a importação de médicos “uma excelente idéia, tanto do ponto de vista tático, quanto político, técnico e cultural. Apoio integralmente”.

Fonte: Tribuna do Norte