Sem contrato desde a segunda-feira (3) e com serviços totalmente paralisados no Hospital dos Pescadores, na Maternidade de Felipe Camarão e na Unidade Mista de Saúde de Mãe Luiza, a Cooperativa dos Médicos do Rio Grande do Norte (Coopmed/RN) e a Prefeitura de Natal, através da Secretaria Municipal de Saúde, chegaram a um entendimento e devem renovar o contrato ainda essa semana. A renovação deve contemplar o atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pajuçara, na zona Norte de Natal.

Em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (6) entre a diretoria da Cooperativa dos Médicos, a atual secretária Municipal de Saúde, Maria Joilca Bezerra, e o futuro secretário de Saúde, na gestão de Carlos Eduardo Alves, Cipriano Maia, os secretários assumiram o compromisso de quitar os débitos referentes aos meses de setembro e outubro com a Cooperativa.

De acordo com o diretor da Cooperativa, Julimar Nogueira, em assembléia realizada na noite de ontem, os médicos sinalizaram para buscar o entendimento com o Município, para que os serviços fossem restabelecidos o quanto antes. “Houve o compromisso para quitação dos débitos e a nossa intenção é retornarmos o quanto antes às unidades de saúde”, afirmou. Hoje a noite será realizada uma nova reunião entre a atual secretária, o futuro secretário de Saúde de Natal e a Coopmed para definir as datas de pagamento dos débitos.

Julimar Nogueira explicou que a renovação do contrato também vai contemplar os médicos que darão suporte a Unidade de Pronto Atendimento de Pajuçara, já que no Processo Seletivo apenas cinco médicos se apresentaram. O diretor da Cooperativa disse que não será necessário fazer um novo contrato, pois na renovação do contrato há uma margem de 25% a mais, que será utilizada para a UPA do Pajuçara. “Por isso que é necessário que renovemos esse contrato o quanto antes, pois a partir do próximo sábado, a UPA já não tem mais médicos”, afirmou.

Em relação à paralisação dos serviços do Estado, Julimar Nogueira disse que a negociação com o Estado “é mais reticente”. O Governo do Estado pagou os débitos referentes aos serviços do Samu Metropolitano e desde a manhã de hoje os médicos já voltaram ao trabalho. No entanto, o Estado ainda falta quitar os débitos dos meses de agosto e setembro referente aos serviços de ortopedia realizados no Hospital Regional Deoclécio Marques de Lucena, o mês de setembro referente ao serviço do Centro de Recuperação Pós-Operatório (CRO), do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel e dos leitos de retaguarda clínica do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol).

“A irregularidade no repasse e pagamento dos serviços prestados ao Governo do Estado tem sido uma constante e tudo isso tem gerado grande desconfiança dentro da classe médica. O Governo perdeu a credibilidade e não podemos acreditar em promessas. Os médicos decidiram em assembléia que a condição para o retorno é o pagamento”, destacou o diretor da Cooperativa dos Médicos.
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