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Simpósio reúne especialistas internacionais para discutir Vacina do HPV e endometriose em Natal

Geral

10.05.2013

 

Ginecologistas de todo o Brasil e de outros países participam desde ontem (9) até o próximo sábado (11), da décima edição do Simpósio Franco-Brasileiro de Atualização em Ginecologia. O encontro, que está sendo realizado no Centro de Convenções do Hotel Pestana, contará com a participação de professores renomados de universidades da França, Espanha, Peru e Itália. De acordo com o presidente do Simpósio, Kleber Morais, serão discutidos assuntos de elevada importância nesta especialidade da Medicina. O encontro é organizado pelo Instituto Professor Leide Morais e conta com o apoio de sociedades médicas de todo Brasil. A expectativa é de reunir cerca de 300 profissionais, residentes e estudantes.

“É importante também porque é um momento onde os ginecologistas do Estado poderão interagir com profissionais de outros países. É um momento de troca de experiência científica com os médicos internacionais, visando trazer novos conhecimentos, aprendizados, novas técnicas cirúrgicas e medicamentos”, explicou. Para Kleber Morais, o evento ajuda a manter sempre os ginecologistas do Rio Grande do Norte e do Norte e Nordeste atualizados. É, segundo ele, um momento de se discutir e intensificar o intercâmbio de conhecimento.

Entre as temáticas que serão debatidas durante os três dias de Simpósio, o presidente do Simpósio, Kleber Morais aponta as vacinas contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV), atualização de contracepção e tratamento de endometriose, doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva e que consiste na presença de células endometriais em locais fora do útero. O endométrio é a camada interna do útero que é renovada mensalmente pela menstruação.

“Vamos falar sobre o tratamento dessa doença que traz tanto incômodo para as mulheres. Além disso, queremos dar um enfoque especial para a vacina do HPV, de modo que ela possa ser mais abrangente e os tratamentos cirúrgicos e clínicos terapêuticos para uma doença que incomoda as mulheres, levando a infertilidade, em casos que não são tratados”, disse Kleber Morais. Além destes, o Simpósio abordará outros temas como infertilidade conjugal, climatério, vídeo endoscopia (histeroscopia e laparoscopia), cirurgia vaginal, doença inflamatória pélvica, patologias da vulva, vagina e do colo uterino, doenças da mama e endocrinologia ginecológica. Recentemente, a Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) inaugurou o primeiro Centro Público de Reprodução Humana do Norte e Nordeste, com atendimento gratuito pelo SUS.

No Brasil, uma a cada dez mulheres em idade fértil tem endometriose. O professor Carlos Petta, especialista no tratamento clínico da endometriose, afirmou que isso tem afetado a qualidade de vida das mulheres de forma brutal e, segundo ele, o tratamento clássico, que é o tratamento cirúrgico, de certo modo tem sido feito de forma exagerada. “As mulheres passam por muitas cirurgias, e em média, uma mulher quando é diagnosticada cedo, passa por cerca de três cirurgias. Claramente, precisamos de novos tratamentos clínicos não invasivos. Hoje, vou apresentar um novo tratamento, que é com um medicamento derivado do hormônio progesterona, com condição de controlar a dor na paciente com endometriose. O principal objetivo no tratamento da endometriose é melhorar a qualidade de vida dessa mulher e fazer com que ela tenha uma vida normal, sem sentir dor, e evitar que ela tenha que ir para o Pronto Socorro toda vez que menstrua. Precisamos ter medicamentos para controlar”, destacou.

A inovação no tratamento clínico da endometriose é o Dienogeste, que está há pouco mais de oito meses no mercado. Ele ainda não é distribuído gratuitamente pelo SUS e custa em torno de R$ 50, aproximadamente. “O medicamento age nas lesões de endometriose, controlando, em muitos casos, o crescimento da doença. Trata-se de um medicamento que pode ser usado em longo prazo, com poucos efeitos colaterais. O objetivo do tratamento é fazer com que a doença pare, estacione e, ao mesmo tempo, melhore a qualidade de vida. Só ter endometriose não é um problema. O problema é ter endometriose e ter dor, dificuldade para engravidar. Não é uma cura, mas é um controle por tratamento clínico”, ressaltou o professor Carlos Petta. “Queremos mudar o cenário de ter que fazer cirurgia por tudo. Queremos fazer cirurgia quando realmente for necessário”. O professor destacou que o Brasil é centro de excelência no tratamento da endometriose.

O professor de ginecologia da PUC-Porto Alegre, especialista em Reprodução Humana, Álvaro Petracco, destacou que o grande desafio hoje é a preservação da fertilidade. “Isso em vários setores. Na oncofertilidade, pacientes com câncer ou que vão fazer qualquer intervenção nos ovários, hoje elas podem, de alguma maneira, preservar os óvulos, até mesmo preservar os embriões, prevendo a fertilidade delas no futuro, já que todos os tratamentos oncológicos têm um dano relativo sobre o ovário, e muitas vezes, essas pacientes perdem a capacidade reprodutiva. O nosso desafio é conscientizar a população e os médicos de que é uma tecnologia extremamente viável, cientificamente sustentável, principalmente pelos resultados que se tem hoje com óvulos congelados”, destacou o professor Álvaro Petracco

Fonte: Jornal de Hoje